segunda-feira, 25 de maio de 2009

LEIAM, LEIAM, LEIAM!

FHC NÃO CONSEGUIU
E JOSÉ SERRA CONSEGUIRÁ?

Bote um neoliberal na presidência e adeus PETROBRÁS.

DO BLOG DE PAULO HENRIQUE AMORIM

Os dez estragos de FHC na Petrobras
do site da Associação dos Engenheiros da Petrobras (
AEPET)
Para refrescar a memória do senador Sérgio Guerra (PE) e demais entusiastas da CPI da Petrobrás, o presidente da AEPET (Associação dos Engenheiros da Petrobras), Fernando Leite Siqueira, selecionou dez estragos produzidos pelo Governo FHC no Sistema Petrobrás, que seguem:

1993 - Como ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso fez um corte de 52% no orçamento da Petrobrás previsto para o ano de 1994, sem nenhuma fundamentação ou justificativa técnica. Ele teria inviabilizado a empresa se não tivesse estourado o escândalo do orçamento, envolvendo vários parlamentares apelidados de `anões do orçamento`, no Congresso Nacional, assunto que desviou a atenção do País, fazendo com que se esquecessem da Petrobrás. Todavia, isto causou um atraso de cerca de 6 meses na programação da empresa, que teve de mobilizar as suas melhores equipes para rever e repriorizar os projetos integrantes daquele orçamento;

1994 - ainda como ministro da Fazenda, com a ajuda do diretor do Departamento Nacional dos Combustíveis, manipulou a estrutura de preços dos derivados do petróleo, de forma que, nos 6 últimos meses que antecederam o Plano Real, a Petrobrás teve aumentos mensais na sua parcela dos combustíveis em valores 8% abaixo da inflação. Por outro lado, o cartel internacional das distribuidoras derivados teve aumentos de 32%, acima da inflação, nas suas parcelas.
Isto significou uma transferência anual, permanente, de cerca de US$ 3 bilhões do faturamento da Petrobrás, para o cartel dessas distribuidoras.
A forma de fazer isto foi através dos 2 aumentos mensais que eram concedidos aos derivados, pelo fato de a Petrobrás comprar o petróleo em dólares, no exterior, e vender no mercado em moeda nacional. Havia uma inflação alta e uma desvalorização diária da nossa moeda. Os dois aumentos repunham parte das perdas que a Petrobrás sofria devido a essa desvalorização.
Mais incrível: a Petrobrás vendia os derivados para o cartel e este, além de pagá-la só 30 a 50 dias depois, ainda aplicava esses valores e o valor dos tributos retidos para posterior repasse ao tesouro no mercado financeiro, obtendo daí vultosos ganhos financeiros em face da inflação galopante então presente. Quando o plano Real começou a ser implantado com o objetivo de acabar com a inflação, o cartel reivindicou uma parcela maior nos aumentos porque iria perder aquele duplo e absurdo lucro.

1995 - Em fevereiro, já como presidente, FHC proibiu a ida de funcionários de estatais ao Congresso Nacional para prestar informações aos parlamentares e ajudá-los a exercer seus mandatos com respaldo de informações corretas. Assim, os parlamentares ficaram reféns das manipulações da imprensa comprometida. As informações dadas aos parlamentares no governo de Itamar Franco, como dito acima, haviam impedido a revisão com um claro viés neoliberal da Constituição Federal.
Emitiu um decreto, 1403/95 que instituía um órgão de inteligência, o SIAL, Serviço de Informação e apoio Legislativo, com o objetivo de espionar os funcionários de estatais que fossem a Brasília falar com parlamentares. Se descobertos, seriam demitidos.
Assim, tendo tempo para me aposentar, solicitei a aposentadoria e fui para Brasília por conta da Associação. Tendo recursos bem menores que a Petrobrás (que, no governo Itamar Franco enviava 15 empregados semanalmente ao Congresso), eu só podia levar mais um aposentado para ajudar no contato com os parlamentares. Um dos nossos dirigentes, Argemiro Pertence, mudou-se para Brasília, às suas expensas, para ajudar nesse trabalho;
Também em 1995, FHC deflagrou o contrato e a construção do Gasoduto Bolívia-Brasil, que foi o pior contrato que a Petrobrás assinou em sua história. FHC, como ministro da Fazenda do governo Itamar Franco, funcionou como lobista em favor do gasoduto. Como presidente, suspendeu 15 projetos de hidrelétricas em diversas fases, para tornar o gasoduto irreversível. Este fato, mais tarde, acarretaria o `apagão` no setor elétrico brasileiro.
As empresas estrangeiras, comandadas pela Enron e Repsol, donas das reservas de gás naquele país só tinham como mercado o Brasil. Mas a construção do gasoduto era economicamente inviável. A taxa de retorno era de 10% ao ano, enquanto o custo financeiro era de 12% ao ano. Por isto pressionaram o Governo a determinar que Petrobrás assumisse a construção. A empresa foi obrigada a destinar recursos da Bacia de Campos, onde a Taxa de Retorno era de 80%, para investir nesse empreendimento. O contrato foi ruim para o Brasil pelas seguintes razões: mudança da matriz energética para pior, mais suja, ficar dependente de insumo externo dominado por corporações internacionais, com o preço atrelado ao do petróleo e valorada em moeda forte; foi ruim para a Bolívia que só recebia 18% pela entrega de uma de suas últimas riquezas, a mais significativa. Evo Morales elevou essa participação para 80% (a média mundial de participação dos países exportadores é de 84%) e todas as empresas aceitaram de bom grado. E foi péssimo para a Petrobrás que, além de tudo, foi obrigada a assinar uma cláusula de `Take or Pay`, ou seja, comprando ou não a quantidade contratada, ela pagaria por ela. Assim, por mais de 10 anos, pagou por cerca de 10 milhões de metros cúbicos sem conseguir vender o gás no mercado nacional.
Em 1995, o governo, faltando com o compromisso assinado com a categoria, levou os petroleiros à greve, com o firme propósito de fragilizar o sindicalismo brasileiro e a sua resistência às privatizações que pretendia fazer. Havia sido assinado um acordo de aumento de salário de 13%, que foi cancelado sob a alegação de que o presidente da Petrobrás não o havia assinado. Mas o acordo foi assinado pelo então Ministro das Minas e Energia, Delcídio Amaral, pelo representante do presidente da Petrobrás e pelo Ministro da Fazenda, Ciro Gomes.
Além disto, o acordo foi assinado a partir de uma proposta apresentada pelo presidente da Petrobrás. Enfim, foi deflagrada a greve, após muita provocação, inclusive do Ministro do TST, Almir Pazzianoto, que disse que os petroleiros estavam sendo feitos de palhaços. FHC reprimiu a greve fortemente, com tropas do exercito nas refinarias, para acirrar os ânimos. Mas deixou as distribuidoras multinacionais de gás e combustíveis sonegarem os produtos, pondo a culpa da escassez deles nos petroleiros. No fim, elas levaram 28% de aumento, enquanto os petroleiros perderam até o aumento de 13% já pactuado e assinado.
Durante a greve, uma viatura da Rede Globo de Televisão foi apreendida nas proximidades de uma refinaria, com explosivos. Provavelmente, pretendendo uma ação sabotagem que objetivava incriminar os petroleiros. No balanço final da greve, que durou mais de 30 dias, o TST estabeleceu uma multa pesada que inviabilizou a luta dos sindicatos. Por ser o segundo maior e mais forte sindicato de trabalhadores brasileiros, esse desfecho arrasador inibiu todos os demais sindicatos do país a lutar por seus direitos. E muito menos por qualquer causa em defesa da Soberania Nacional. Era a estratégia de Fernando Henrique para obter caminho livre e sangrar gravemente o patrimônio brasileiro.
1995
– O mesmo Fernando Henrique comandou o processo de mudança constitucional para efetivar cinco alterações profundas na Constituição Federal de 1988, na sua Ordem Econômica, incluindo a quebra do monopólio Estatal do Petróleo, através de pressões, liberação de emendas dos parlamentares, barganhas e chantagens com os parlamentares (o começo do `mensalão` – compra de votos de parlamentares com dinheiro desviado do erário público). Manteve o presidente da Petrobrás, Joel Rennó que, no governo Itamar Franco, chegou a fazer carta ao Congresso Nacional defendendo a manutenção do monopólio estatal do petróleo, mas que, no governo FHC, passou a defensor empedernido da sua quebra.

AS CINCO MUDANÇAS CONSTITUCIONAIS PROMOVIDAS POR FHC:

1) Mudou o conceito de empresa nacional. A Constituição de 1988 havia estabelecido uma distinção entre empresa brasileira de capital nacional e empresa brasileira de capital estrangeiro. As empresas de capital estrangeiro só poderiam explorar o subsolo brasileiro (minérios) com até 49% das ações das companhias mineradoras. A mudança enquadrou todas as empresas como brasileiras. A partir dessa mudança, as estrangeiras passaram a poder possuir 100% das ações. Ou seja, foi escancarado o subsolo brasileiro para as multinacionais, muito mais poderosas financeiramente do que as empresas nacionais. A Companhia Brasileira de Recursos Minerais havia estimado o patrimônio de minérios estratégicos brasileiros em US$ 13 trilhões. Apenas a companhia Vale do Rio Doce detinha direitos minerários de US$ 3 trilhões. FHC vendeu essa companhia por um valor inferior a que um milésimo do valor real estimado.

2) Quebrou o monopólio da navegação de cabotagem, permitindo que navios estrangeiros navegassem pelos rios brasileiros, transportando os minérios sem qualquer controle;

3) Quebrou o monopólio das telecomunicações, para privatizar a Telebrás por um preço abaixo da metade do que havia gastado na sua melhoria nos últimos 3 anos, ao prepará-la para ser desnacionalizada. Recebeu pagamento em títulos podres e privatizou um sistema estratégico de transmissão de informações. Desmontou o Centro de Pesquisas da empresa e abortou vários projetos estratégicos em andamento como capacitor ótico, fibra ótica e TV digital;

4) Quebrou o monopólio do gás canalizado e entregou a distribuição a empresas estrangeiras. Um exemplo é a estratégica Companhia de Gás de São Paulo, a COMGÁS, que foi vendida a preço vil para a British Gas e para a Shell. Não deixou a Petrobrás participar do leilão através da sua empresa distribuidora. Mais tarde, abriu parte do gasoduto Bolívia-Brasil para essa empresa e para a Enron, com ambas pagando menos da metade da tarifa paga pela Petrobrás, uma tarifa baseada na construção do Gasoduto, enquanto que as outras pagam uma tarifa baseada na taxa de ampliação.

5) Quebrou o Monopólio Estatal do Petróleo, através de uma emenda à Constituição de 1988, retirando o parágrafo primeiro, elaborado pelo diretor da AEPET, Guaracy Correa Porto, que estudava direito e contou com a ajuda de seus professores na elaboração. O parágrafo extinto era um salvaguarda que impedia que o governo cedesse o petróleo como garantia da dívida externa do Brasil. FHC substituiu esse parágrafo por outro, permitindo que as atividades de exploração, produção, transporte, refino e importação fossem feitas por empresas estatais ou privadas. Ou seja, o monopólio poderia ser executado por várias empresas, mormente pelo cartel internacional;

1996 - Fernando Henrique enviou o Projeto de Lei que, sob as mesmas manobras citadas, se transformou na Lei 9478/97. Esta Lei contem artigos conflitantes entre si e com a Constituição Brasileira. Os artigos 3º, 4º e 21, seguindo a Constituição, estabelecem que as jazidas de petróleo e o produto da sua lavra, em todo o território Nacional (parte terrestre e marítima, incluído o mar territorial de 200 milhas e a zona economicamente exclusiva) pertencem à União Federal. Ocorre que, pelo seu artigo 26 — fruto da atuação do lobbysobre uma brecha deixada pelo Projeto de Lei de FHC — efetivou a quebra do Monopólio, ferindo os artigos acima citados, além do artigo 177 da Constituição Federal que, embora alterada, manteve o monopólio da União sobre o petróleo. Esse artigo 26 confere a propriedade do petróleo a quem o produzir.

domingo, 17 de maio de 2009

Do blog do Azenha

Fernando Terra: A lista

Atualizado e Publicado em 17 de maio de 2009 às 00:22
por Fernando Terra

O PSDB, que depois de uma gestão desastrosa conseguindo o feito inédito de afundar uma plataforma de petróleo e provocar o maior acidente ecológico da história da Petrobras durante o governo FHC, o derramamento de oleo na Baia de Guanabara, quer agora fazer uma CPI para através dos vazamentos seletivos, denuncias irresponsáveis e escandalos fabricados em conluio com a midia (procedimentos padrão de toda CPI atualmente) desgastar a imagem da empresa e prejudicar a economia do país em um gesto de desespero, apostando na política do "quanto pior melhor" para 2010. Prejudica além da economia como um todo, diretamente milhares de pequenos investidores que tem suas economias ou dinheiro do FGTS em ações da Petrobras.
Justamente agora que a Petrobras vem nos enchendo de orgulho atingindo a auto-suficiência, gerando milhares de empregos com a decisão de construir plataformas e navios no Brasil e, sendo responsável por cerca de 4% do PIB brasileiro, agindo como um dos principais indutores dos investimentos investindo em refinarias, gasodutos e polos petroquimicos em um momento gravíssimo de crise. E mais ! justo agora que descobriu as gigantescas reservas do Pré-sal, patrimônio nosso ! do povo brasileiro e que, como nada é por acaso, se encontra certamente entre os motivos por trás desta manobra irresponsável dos entreguistas do PSDB que já tentaram privatiza-la no passado e até hoje defendem sua privatização através de economistas como Luiz carlos Mendonça de Barros.
Investigação sim, através da CGU, CVM, do TCU, da Polícia Federal, do Ministério Público e de todos os orgâos que já existem para isso e já atuam rotineiramente. Não trabalho na Petrobras, não tenho ações da empresa (nem de nenhum tipo de aplicação no momento), trabalho na iniciativa privada sem nenhum tipo de vinculo com a Petrobras, mas sou brasileiro e consciente da enorme importância que esta empresa tem para o presente e principalmente para o futuro do país com o pré-sal.
Agora enfiar a Petrobras no meio de disputa política no meio da crise e quando a empresa está se mobilizando para captar recursos no exterior para investir no pré-sal é de UMA IRRESPONSABILIDADE QUE VAI ENTRAR PARA A HISTORIA DO PAIS , mais uma na conta do PSDB. Portanto não vamos ficar inertes !
Mandem e-mail para os senadores que assinaram o pedido da CPI (maioria esmagadora do PSDB e DEM), divulgue o que está acontecendo ! Em 2010 vamos mudar esse senado !
1. Álvaro Dias (PSDB-PR) - CRIADOR DA CPI - alvarodias@senador.gov.br
2. Sérgio Guerra (PSDB-PE)-sergio.guerra@senador.gov.br
3. Marco Maciel (DEM-PE)-marco.maciel@senador.gov.br
4. Lucia Vânia (PSDB-GO)-lucia.vania@senadora.gov.br
5. Antonio Carlos Junior (DEM-BA) - acmjr@senador.gov.br
6. Agripino Maia (DEM-RN) -jose.agripino@senador.gov.br
7. Raimundo Colombo (DEM-SC)-raimundocolombo@senador.gov.br
8. Efraim Morais (DEM-PB) -efraim.morais@senador.gov.br
9. Pedro Simon (PMDB-RS)-simon@senador.gov.br
10. Jarbas Vaconcelos (PMDB-PE) -jarbas.vasconcelos@senador.gov.br 11. Cícero Lucena (PSDB-PB) -cicero.lucena@senador.gov.br
12. Demóstenes Torres (DEM-GO) -demostenes.torres@senador.gov.br 13. Jayme Campos (DEM-MT) -jayme.campos@senador.gov.br
14. Heráclito Fortes (DEM-PI) -heraclito.fortes@senador.gov.br
15. Mario Couto (PSDB- PA)-mario.couto@senador.gov.br
16. Eduardo Azeredo (PSDB-MG) -eduardo.azeredo@senador.gov.br
17. Flexa Ribeiro (PSDB-flexaribeiro@senador.gov.br
18. Kátia Abreu (DEM-TO)-katia.abreu@senadora.gov.br
19. Romeu Tuma (PTB-SP) -romeu.tuma@senador.gov.br
20. Arthur Virgílio (PSDB-AM) -arthur.virgilio@senador.gov.br
21. Adelmir Santana (DEM-DF) - adelmir.santana@senador.gov.br
22. Marconi Perillo (PSDB-GO)-marconi.perillo@senador.gov.br
23. Mão Santa (PMDB-PI) -maosanta@senador.gov.br
24. João Tenório (PSDB-AL) -jtenorio@senador.gov.br
25. Gilberto Goellner (DEM-MT) -gilberto.goellner@senador.gov.br
26. Marisa Serrano (PSDB-MS) -marisa.serrano@senadora.gov.br
27. Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) -mozarildo@senador.gov.br
28. Papaléo Paes (PSDB-AP) -papaleo@senador.gov.br
29. Tasso Jereissatti (PSDB-CE)-tasso.jereissati@senador.gov.br
30. Geraldo Mesquita (PMDB-AC) -geraldo.mesquita@senador.gov.br
31. Maria do Carmo (DEM-SE) -maria.carmo@senadora.gov.br
O TERRORISMO DA MÍRIAM LEITÃO
O PPS pela voz de seu representante Raul Jungmann, na propaganda política, fez terrorismo sobre a caderneta de poupança.
Falou que o governo iria mexer na poupanca como fez o Collor de Mello.
Os mais desavisados, não acostumados com o discurso da oposição brasileira, correram para os guichês dos bancos e sacaram cerca de um bilhão de reais.
Mas ainda não acabou terrorismo.
A mídia que apoia a queda ou até a deposição do atual governo, insiste em espalhar o terrorismo sobre a poupança, sem explicar o fundamental, que foi a medida preventiva contra um ataque aos cofres públicos pelos grandes investidores mundiais.
O governo limitou os valores sobre os quais incidem ou não os juros pagos e criou imposto de renda sobre os que ultrapassarem os valores poupados.
Para dar sustentabilidade à voz do deputado Raul Jungmann, a Globo continua vociferando impropérios econômicos pelas vozes de seus comentaristas.
Entendendo muito de terrorismo, golpismo mas semi-analfabetos em aritmética (jornalista não precisa entender muito de matemática), alguns comentaristas chegam às raias do obscurantismo econômico quando querem transferir idéias nesse campo.
Chegam a recomendar que as famílias não poupem mais.
E se não põem mais seu dinheiro na poupança, os comentaristas econômicos ainda não disseram que no colchão, o ladrão vem e leva...
Com risco de vida para o poupador.
No O Globo, Míriam Leitão extrapolou os limites da incultura aritmética.
Se escreveu para sua secretária do lar, talvez tenha atingido seu objetivo, se a mesma tiver lido o jornal O Globo.
Ocorre que não é só a empregada doméstica de Miriam Leitào que lê jornais, ou passam a vista sobre as coisas que alguns jornalistas escrevem.
Há engenheiros, economistas, e pessoas com algum conhecimento de economia e finança.
Transcrevo o comentário de Luis Nassif sobre o que escreveu a colunista econômica de O Globo.
17/05/2009 - 09:54
Poupança: tortura sem números
De O Globo
PANORAMA ECONÔMICO
Miriam Leitão
Nilton tem uma caderneta de poupança para a educação dos netos. Já juntou R$ 117 mil. Mandou email para a CBN para saber se teria que pagar imposto de renda. No site do “Bom Dia Brasil”, uma telespectadora contou que foi demitida e depositou o FGTS na caderneta. Queria saber se haveria exceção para ela. A diferença com outras mudanças de regras é que, agora, as dúvidas chegam por e-mail.
No mais, é tudo igual àquelas alterações feitas na época pré-internet. As mudanças repentinas e confusas de regras, os planos que fracassaram porque foram anunciados antes e pensados depois, as normas que não contemplam as múltiplas situações da vida real, tudo parecia estar de volta na semana passada.
(…) Nilton não terá como fugir, por mais nobre que seja o motivo pelo qual está poupando.
Terá que pagar imposto que vai incidir sobre a rentabilidade de R$ 67 mil do dinheiro da educação dos netos.
É curioso esse tipo de comparação. Se o Nilton está com uma poupança de R$ 117 mil, exclusivamente para a educação futura dos netos, é evidente que o conjunto de rendimentos dele é muito maior. Mirian fala em rentabilidade de R$ 67 mil sobre uma aplicação de R$ 117 mil. Errou na vírgula. Deve ser R$ 6,7 mil de rentabilidade. Sabe qual o IR máximo que o Nilson vai pagar? Pouco coisa além de R$ 200,00.
(…) Terão todos esses 894.856 poupadores que excedem os emblemáticos R$ 50 mil que torcer para que os juros não caiam, porque a queda dos juros aumentará seu imposto.
Os outros donos de caderneta terão que se limitar aos R$ 50 mil, não poupar nada mais, porque em lei estará um valor imutável a partir do qual se paga imposto de renda. Serão punidos se pouparem mais.
Meu Deus do céu! O sujeito poupa R$ 50.000,00. Ganha R$ 3.360,00 (arredondando) de juros, mais R$ 300,00 de correção monetária pela TR. Não paga IR. Aí ele resolve poupar mais R$ 50.000,00, ficando com R$ 100.000,00. Ganhará mais R$ 3.360,00 em juros, dobrando o que ganhava antes. E terá que pagar R$ 175,00 de IR. E a Mirian considera isso uma punição, a ponto de sugerir que ele não poupe mais nada além dos R$ 50.000,00 isentos. Ou seja, ele deixará de receber mais R$ 3.360,00 de juros para não ser “punido” com um IR de R$ 175,00. Há limites para o terrorismo, que em linguagem corriqueira se chama de “senso de ridículo”. Antes de submeter as mudanças da poupança a sessões de tortura, a Mirian mandou os números saírem da sala para não haver testemunhas.
Comentário
Um pedido a vocês. Cada vez que questiono artigos ou análises, estou rebatendo ideias e conceitos. Mas muitos se inflamam e aproveitam os posts para desancar os polemizados. Vamos ficar no campo das ideias e conceitos, sem ataques de cunho pessoal.
UM COMENTÁRIO INTERESSANTE.
ASSIM É O PSDB

Esta eu pesquei no Blog do Paulo Henrique Amorim e repasso aos nossos frequentadores.

E pensar que o governador Cid Gomes anda à procura de um imóvel para aparelhar um hospital de referência em Fortaleza...

Leiam, tirem suas conclusões e façam comentários.

É muito intressante.

O texto:

"Marcos em 16/maio/2009 as 11:46

PHA, olha só o primor que Bruno Jurema mandou para o Blog do Nassif!

Enviado por: Bruno Jurema
ASSIM É O PSDB.

Estive lendo sobre a CPI da PETROBRÁS.

Li que o PSDB foi o autor do requerimento.

Depois disso, fui levado a acreditar que os políticos desse partido estão querendo mostrar ao país que são honestos.

Aos freqüentadores desse blog, assusta-me figuras do PSDB assinando CPI.Dentre elas, destaca-se Tasso Jereissati.

Esse cidadão tem processo no Supremo por desvio de dinheiro público.

Ele faliu o Banco do Estado do Ceará - BEC

O Banco Central fez uma auditoria e seguiu os cheques dos falsos empréstimos feitos pelo BEC, e comprovou que os beneficiários foram os financiadores da campanha dele, Tasso Jereissati, ao senado.

Segundo consta, foi quase um bilhão de reais.

Em virtude disso o Banco do Estado do Ceará - BEC faliu.

Após a falência, o banco foi federalizado pelo famigerado FHC.

Quer dizer, um governador assaltou um banco e a União (ou seja, nós brasileiros) assumimos os prejuízos do roubo.

O jornal Tribuna da Imprensa, na coluna do Hélio Fernandes, destacou esse fato.

O processo contra o senador Tasso Jereissati dorme aos pés de seu, agora, compadre Gilmar Mendes.

Tem mais: na privatização da Companhia de Eletrificação do Ceará-COELCE, empresa de eletrificação do governo do estado do Ceará, privatizada por ele, Tasso Jereissati, aconteceram fatos escabrosos que os políticos e a justiça do Ceará, sequer tocam no assunto.

Alguns políticos por medo.

Outros, da justiça, por medo também.

O primeiro fato é sobre dinheiro da privatização: o cearense não viu nem a cor desse dinheiro.

Ainda sobre a privatização da COELCE, outro fato estranho chamou a atenção dos cearenses.

Prestem atenção para esse fato mais que inusitado.

A COELCE possuía um Centro de Treinamento localizado no Bairro João XXIII, uma área muito valiosa de, aproximadamente, 6,0ha.(Vejam a foto no Google Earth posição 3º.46`06,65”S, 38º.35`04,39 O)

ANTES da privatização da COELCE, o governo do estado repassou para uma associação dos servidores da companhia aquele imóvel.

Concluída a privatização, o valioso imóvel, que deveria ter sido incluído na venda, MILAGROSAMENTE, apareceu nas mãos do grupo do governador e hoje é a sede de sua universidade, cujo reitor é seu braço direito e ex-Secretário dos Recursos Hídricos José Liberato Barroso.

O agora senador Tasso Jereissati aparece assinando pedido CPI.

Coisa que, como governador, NUNCA permitiu ser feito para apurar a privatização da COELCE.

Assim é o PSDB."
Aqui o tal imóvel citado pelo comentarista no Blog.

sábado, 2 de maio de 2009

A VELHINHA DE TAUBATÉ

A relevância na mídia atual se acentua na razão direta do interesse de quem paga.
Se a notícia vai ao encontro de quem se quer prejudicar, não vale. Não é fato para uma relevância.
A matéria tem que ir "de encontro", batendo, se possível forte.
O pré-sal, se descoberto na Argentina, na Síria, no Tatumundé em qualquer lugar do mundo seria de uma relevância ímpar, destaque na capa de qualquer folha solta que se queira chamar de jornal.
No Brasil nenhum destaque.
Não fora a internet, muita relevância que se vê em determinadas mídias, não seria desmascarada.
Ou passaria como verdade absoluta, inquestionada.
Li, há pouco, no Blog do Ricardo Noblat, aquele que até para se lê um comentário tem que se inscrever, apresentar documentos, um artigo da senhora Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa.
Discorre ela sobre a propalada propaganda do PPS, do deputado Raul Jungmann (PE), onde ele afirma que o governo vai mexer na poupança da mesma forma que fez o Collor de Mello e sua ministra apaixonada, Zélia Cardoso de Melo.
A senhora Rubinato, mesmo tendo a garantia do presidente e dos ministros, de que isso não será feito, não acredita nele.
E vai buscar na Folha as justificativas para seu descrédito.
O que o governo está preocupado, e outros já o fizeram com a poupança, é com a corrida ao botim de seus juros.
A Folha não explicou para os leitores, e por isso a senhora Rubinato não foi informada, é que com a queda dos juros bancários, o pessoal do cassino (investidores) vai correr para ela ( poupança).
Com juros atrativos, a poupança brasileira vai atrair investidores do mundo inteiro!
Imagine uma empresa japonesa com seu capital investido em um banco, que lhe paga juros de 3% ao ano.
O que essa empresa fará quando descobrir que no Brasil, uma carteira do governo brasileiro está pagando "fixo" 6% ao ano?
E os petrodólares dos países do Golfo Pérsico onde vão aportar?
A Folha não considerou isso relevante para a economia brasileira porque isso não é relevante para a Folha!
O que é relevante para a Folha e outros veículos de comunicação brasileiros é a queda da popularidade do atual governo para que ele não influa na eleição de seu(a) candidato(a).
Isso é que é o relevante.
O interessante é o fecho do artigo da senhora Rubinato:
"É que agora, presidente, já conhecemos."
Nós quem, senhora Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa?
A senhora e a Folha?
A senhora, a Folha e sua família?
Uma pessoa com a inteligência que a senhora demonstra, acreditar que amanhã de manhã, o povo vai acordar com R$ 20,00 na poupança, porque o deputado Raul Jungmann (PE) disse, ou porque saiu na Folha, é a senhora jogando xadrez consigo mesma, ou brincando com sua própria inteligência.
O deputado Raul Jungmann (PE) não merece crédito nenhum do povo brasileiro, sobretudo depois que se descobriu ser da patrulha de Daniel Dantas, e se aliou ao que, segundo o dirigente maior de seu partido chama de; " aliança com um candidato que tem grandes chances de vencer". ( O povo aqui nem detalhe é)
A Folha, senhora Rubinato, é um jornal que retira suas fontes de matérias em SPAM que circulam na internet, conforme ficou demonstrado no ataque à ministra Dilma Roussef.
A senhora acreditar no que informam essas duas figuras , o deputado e a Folha, estará se revelando para o Brasil a personagem tão procurada pelos literatos e curiosos da literatura brasileira, criada por Luis Fernando Verissimo.
A Velhinha de Taubaté.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

VAZAMENTOS E PUNIÇÕES

De primeiro havia dentro das repartições públicas uma coisa chamada espírito de corpo.

Todos torciam por todos e ninguém derrubava ninguém.

E se protegiam das ondas de fora.

Hoje, dentro das próprias corporações, essa coisa não mais existe.
E se não existe é porque há uma divisão, onde o lema "cada um por si" já impera.
Quando isso acontece dentro de um órgão, que deveria manter a unidade em prol dele e do país, é porque a fissura da inveja ou da cobiça subiu à cabeça de muitos, e todos lutam uns contra os outros para serem reconhecidos por seus serviços.
É nesse instante que a perversão da 'Servidão Voluntária" se acende na estrutura moral de cada um, é esquecida a função para a qual se prestam e uma luta desumana é travada entre eles mesmos pela ascensão ou pelo poder.
O servil voluntário é um arremedo de gente, amoral e aético, perambulando pelo solado do sapato de quem tem poder ou dinheiro.
Na busca de um ou do outro, atropela a ética, desconhece a urbanidade, olvida colegas, e se for possível pisa no pescoço da própria mãe para chegar ao topo.
Escrevo isso, depois de ler e pensar sobre o que escreveu o jornalista
Luiz Carlos Azenha em seu blog a respeito de punições sobre vazamentos na Polícia Federal.
Delegado Bruno não foi punido por vazar fotos do dinheiro;
pegou 9 dias de suspensão por mentir a superior

Atualizado em 27 de abril de 2009 às 21:51 Publicado em 27 de abril de 2009 às 21:30
por Luiz Carlos Azenha

O relatório do delegado Amaro Vieira, já devidamente vazado para a imprensa, traz indícios fortes de que o delegado Protógenes Queiroz entregou para a TV Globo informações sigilosas sobre a Operação Satiagraha. Também já não é exatamente uma novidade que uma equipe da emissora foi a responsável pela gravação de vídeo da tentativa de suborno a um delegado federal por parte de prepostos de Daniel Dantas -- crime pelo qual o banqueiro já foi condenado.

Pessoalmente, já disse que sou contra essa história de jornalista ter "delegado de bolso". Nunca tive um. Relação íntima com autoridade nos leva, quase sempre, a terreno pantanoso: o repórter se deixa usar hoje de olho no furo de amanhã. Mas minha opinião pessoal não elimina um fato: se forem investigados TODOS os vazamentos de informações sigilosas muita gente vai perder o emprego.

O que nos leva de volta ao delegado Protógenes. Ele não responde apenas a inquérito sob acusação de vazar informações sigilosas. Já foi "afastado" do cargo enquanto responde a processo administrativo, acusado de participar de campanha política. O delegado corre o sério risco de perder o emprego.

Vejam só como são as coisas. Lembram-se do delegado Bruno, aquele que vazou as fotos do dinheiro dos aloprados petistas na véspera do primeiro turno das eleições presidenciais de 2006? Ele continua firme e forte, servindo à Delegacia de Repressão aos Crimes Fazendários, em São Paulo.

Se o vazamento de Protógenes ainda está em investigação, o do delegado Bruno nunca foi investigado pela imprensa. Perguntas básicas sobre o caso nunca foram respondidas. O que Bruno foi fazer na perícia de um caso do qual já não cuidava? Ele entregou as fotos do dinheiro primeiro para a TV Globo; foi a Globo que sugeriu a ele que vazasse, no dia seguinte, para os demais órgãos de imprensa? Por que o delegado, ao entregar as fotos a um grupo de jornalistas, disse 'essa aqui é a foto da Globo'? Por que Bruno insistiu tanto, na conversa gravada com os repórteres, em disseminar as imagens no maior número possível de meios? Ele agiu por conta própria ou a mando de algum grupo político?

O delegado Bruno, de fato, enfrentou um processo administrativo interno. Depois de muito fuçar descobri a "sentença" a que ele foi "condenado", no dia 21 de outubro de 2008: 9 dias de suspensão.

O superintendente da PF em São Paulo justificou a punição "por restar comprovado nos autos que o servidor, por suas próprias razões e sem autorização de quem de direito, por meio da mídia, trouxe a público fatos que estariam ocorrendo no âmbito do Departamento de Polícia Federal e no de sua vida funcional, bem como concedeu entrevistas controversas, provocando perplexidade pública, em razão dos seus conteúdos contraditórios; e por ter faltado a verdade no exercício de suas funções, na medida em que afirmou ao Sr. Superintendente Regional em São Paulo que um CD contendo fotos havia sido furtado de seu poder, sendo tal afirmação inverídica, praticando, desta forma, as transgressões disciplinares previstas nos inc. VIII e XVII, do art. 43, da Lei no. 4.878, de 03.12.1965".
Bruno foi punido pelos artigos 8 e 17:

VIII - praticar ato que importe em escândalo ou que concorra para comprometer a função policial;

XVII - faltar à verdade no exercício de suas funções, por malícia ou má-fé.
Ou seja, o delegado Edmilson Bruno não foi punido internamente nem mesmo por vazar dados de um inquérito que corria sob segredo de Justiça, embora isso esteja previsto na lei 4.878 mesmo para documentos oficiais não reservados:

XLIII - publicar, sem ordem expressa da autoridade competente, documentos oficiais, embora não reservados, ou ensejar a divulgação do seu conteúdo, no todo ou em parte.

No Brasil, como se vê, até alguns vazamentos são "mais iguais" que outros. Bruno fez o "vazamento certo" -- com conhecimento e cumplicidade da mídia. Pegou nove dias de gancho por mentir ao superior -- com a conivência de quatro repórteres que ouviram que ele faria isso e ficaram caladinhos. Ouça aqui e aqui a gravação.

Protógenes fez o "vazamento errado", daqueles que desagradam ao patrocinador. Pode perder o emprego e ir em cana.

terça-feira, 14 de abril de 2009

A CORRUPÇÃO VENCEU MEU PAÍS.
A população brasileira pouco sabe sobre esse embate travado entre os poucos justos e os muitos corruptos, entre a pouca informação e as montanhas de matérias escondidas pelos principais veículos de comunicações do Brasil, encobrindo práticas lesivas aos cofres públicos e a seu povo.
A corrupção venceu.
Essa vitória ocorreu no momento do afastamento das funções da polícia federal do delegado Protógenes Queiroz.
O dinheiro roubado dos cofres da nação compra consciencias relapsas de pessoas sem nenhum compromisso com a moral e a ética.
Enodoa várias profissões, entre elas a de jornalista.
Sobre isso, reproduzimos o brilhante artigo do jornalista Leandro Fortes, que discorre sobre o momento do jornalismo brasileiro e sua atuação na cobertura da Operação Satiagraha.
Esse artigo está no site da revista Carta Capital e reproduzido pelo jornalista Paulo Henrique Amorim em blog
Conversa Afiada.
O Conversa Afiada reproduz este artigo de Leandro Fortes (**), extraído do site da revista Carta Capital:
Sobre jornalistas e sabujos 13/04/2009 16:08:03
Leandro Fortes*
Se alguém tinha alguma dúvida sobre o consórcio midiático montado para desqualificar o trabalho do delegado Protógenes Queiroz e livrar a cara do banqueiro Daniel Dantas, basta chafurdar na série de recentes posts de blogueiros da linha auxiliar do esgoto, escalados para não contaminar as páginas com o lixo que realmente interessa aos jornais e revistas envolvidos nessa estratégia. A cobertura feita pelos jornalões do depoimento de Protógenes na CPI dos Grampos, na quarta-feira, dia 8 de abril, é o resumo dessa posição definitiva contra os efeitos da Operação Satiagraha, cujo emblema é a salvação não só de Daniel Dantas, mas da elite econômica e política ligada a ele. Contam, para tal, com a conivência obsequiosa do governo federal.
Basta ler o noticiário sobre a ida de Protógenes à CPI dos Grampos, onde o delegado deu um baile na bancada de Dantas e desmontou a estratégia de desmoralização do deputado Marcelo Itagiba, inocentemente montada a partir da exibição de um powerpoint com supostas contradições do delegado. Vaiado pela platéia e execrado pelos colegas, Itagiba foi obrigado a enfiar a projeção no saco e a ouvir, pela primeira vez, em público, uma verdade que ele só consegue manter em surdina por que tem o apoio cínico de quase toda a mídia: na campanha de 2006, ele foi financiado por Dório Ferman, executivo do Grupo Opportunity, do banqueiro condenado Daniel Dantas. Logo, está eticamente impedido de ser o chefe da cruzada dantesca, ora em andamento no Congresso Nacional. Quem jogou isso na cara dele, diante do mundo, foi o deputado Chico Alencar, do PSOL do Rio, mas quem quiser que tente se aventure a buscar a relevância desse fato nos jornalões ou nos portais corporativos da internet. Será uma garimpagem difícil.
Parte da imprensa e dos blogs de repetição montados nas redações tornaram-se porta-vozes da nova Polícia Federal comandada pelo delegado Luiz Fernando Corrêa, sobre quem paira uma denúncia gravíssima de tortura contra uma empregada doméstica no Rio Grande do Sul. Trata-se de assunto ignorado pela chamada “grande mídia”, cada vez mais um aglomerado de jornais e revistas decadentes onde não há mais espaço para a verdade, nem muito menos para a criatividade e o humor. Movidos por interesses outros, que não o jornalismo, os mandatários dos jornais brasileiros dedicam-se a um rancor reacionário contra Protógenes e a Satiagraha, doença infantil do elitismo nacional que se espalha como catapora pelas redações. E nisso reside um dado importante sobre a luta dos patrões contra o diploma de jornalista. Eliminado esse obstáculo, a formação dos jornalistas ficará a cargo desses cursinhos de redações, de verniz teen, mas velhíssimos na forma e nos conceitos, voltados para criar monstrinhos competitivos despojados de qualquer consciência crítica sobre o que escrevem, apuram e publicam.
Evolução do jornalismo “fiteiro”, como já bem conceituou o jornalista Alberto Dines, ao discorrer sobre a reprodução pseudojornalística de gravações e dossiês entregues sob encomendas às redações, a utilização dos espaços dos blogs para publicação de vazamentos seletivos é o mais recente movimento editorial da mídia brasileira. O inquérito do delegado Amaro Vieira, sobre vazamentos de informações da Satiagraha, adotou um procedimento programado de sangramento controlado, a ponto de se tornar, ele mesmo, o mais completo emblema sobre vazamento funcional da história recente do Brasil. É um triste expediente de desmoralização da PF cujo objetivo primordial é desconstruir, pedra por pedra, a memória da gestão do delegado Paulo Lacerda.
Afastado da PF e, depois, da Abin, Lacerda paga o preço por ter ousado retirar a Polícia Federal do gueto exclusivo da fracassada guerra contra as drogas, fonte permanente de corrupção e violência, e ter dado à corporação, nos limites das melhores doutrinas republicanas, status real de polícia judiciária da União. O processo que resultou no expurgo de Paulo Lacerda foi baseado num grampo telefônico jamais provado, publicado pela revista Veja e replicado, sem qualquer apuração suplementar, por dezenas de outros veículos de comunicação. É um estudo de caso de irresponsabilidade jornalística e inépcia policial. Passados sete meses desde a abertura do inquérito sobre o caso na PF, até agora o único resultado visível do processo foi a transferência de um dos delegados responsáveis pelo inquérito para Roma, talvez por bons serviços prestados.
As novas gerações de jornalistas brasileiros estão sendo desnutridas, dia a dia, de senso crítico e capacidade de contestação. A cobertura do depoimento do delegado Protógenes Queiroz gerou uma série de matérias absolutamente iguais, senão no conteúdo, na intenção. Ao ler os jornais no dia seguinte ao depoimento, tive a súbita sensação de ter participado de outro evento, embora tenha estado, por muitas horas, no mesmíssimo plenário do corredor das comissões da Câmara dos Deputados. Com pequenas variações sobre o mesmo tema, a mídia centrou-se deliberadamente no fato de Protógenes ter se negado a responder perguntas que não tivessem relação com escutas ilegais, objeto da CPI dos Grampos. O delegado negou-se a cair numa ratoeira preparada à luz do dia, enfeitada por um powerpoint de concepção primária, mas acabou, como de costume, condenado por isso. Perdeu-se, na bacia das alminhas pequenas da pautas pré-concebidas, a chance de contar uma boa história, dessas das quais são feitas o bom jornalismo. Restou aos leitores uma narrativa insossa e mal humorada, resultado da crescente burocratização da reportagem brasileira.
O elevado grau de sabujismo de repórteres brasileiros, hoje, na imprensa brasileira, me preocupa como jornalista e como professor de jornalismo. Não se trata, devo esclarecer, de uma crítica pontual a fulano ou a sicrano, mas de um fenômeno a ser considerado, estudado e definido como objeto de avaliação acadêmica e profissional, aí incluídas as participações dos sindicatos, da Fenaj e da ABI. Escudados pela desculpa da sobrevivência pura e simples, os repórteres estão indo às ruas com pouca ou nenhuma preocupação em relação à verdade factual, adestrados que estão por uma turma barra pesada que tem feito da atividade jornalística um exercício de servilismo muito bem remunerado, é claro.
As precoces reações corporativas, apoiadas incondicionalmente pelos suspeitos de sempre, contra a anunciada Conferência Nacional de Comunicação, são só um prenúncio da guerra que se anuncia toda vez que a sociedade reclama pela democratização da mídia e o pleno acesso à informação no Brasil. O primeiro movimento da reação já foi dado e é bem conhecido: a desqualificação dos protagonistas, como o que começou a ser feito em relação ao jornalista Franklin Martins, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República. O passo seguinte será o de tentar passar para a sociedade a impressão de que os fundamentos da conferência ferem o sagrado direito de liberdade de imprensa e de expressão. E sabem quais são esses fundamentos? O controle social sobre a baixaria da TV, fiscalização severa sobre as concessões de telecomunicações e o fim das propriedades cruzadas no setor, o que irá asfixiar os oligopólios midiáticos que controlam jornais, rádios, portais de internet e emissoras de televisão. Oligopólios econômicos e políticos que estão na origem da degradação política brasileira, da ignorância e da miséria social da maior parte da população.
Resta saber de que lado nós, jornalistas, vamos estar nessa guerra.
(*)Leandro Fortes é autor de reportagens na Carta Capital sobre as atividades empresariais do Supremo Presidente do Supremo, como ele manda em Diamantino, Mato Groso; e a acusação de tortura que pesa sobre o Diretor Geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, esse mesmo que, ontem, afastou a bem do serviço publico o ínclito delegado Protogenes Queiroz. Quanto a ele, Corrêa, não há esse risco: Leandro demonstrou que Corrêa devidamente arquivou o inquérito que corria na PF sobre a sessão de tortura a que esse refere a reportagem. Leandro é também autor do livro “Cayman - o dossiê do medo”, em que se vê que o presidente Fernando Henrique Cardoso impediu que se apurasse a denúncia de que Sérgio Mota tinha aberto uma conta secreta em nome deMario Covas, José Serra e Fernando Henrique em Luxemburgo. Clique aqui para ler “Falta alguém em Luxemburgo”