sábado, 13 de junho de 2009

PROPAGANDA DE SERRA.

APOSSA-SE DE COISAS QUE NÃO CRIOU

Está no Blogo do Azenha.

AIDS: SERRA ASSUME COMO DELE PROGRAMA CRIADO POR LAIR E JATENE

Atualizado em 12 de junho de 2009 às 23:37 Publicado em 12 de junho de 2009 às 12:10

por Conceição Lemes

Nas três últimas eleições que disputou e nos programas do PSDB, o ex-ministro da Saúde e atual governador de São Paulo, José Serra, é exaustivamente apresentado como a pessoa que:

* Criou um programa de combate de aids, que é exemplo no mundo todo.

* Trabalhou e criou o melhor programa de combate à aids do mundo.

Em março de 2004, num vídeo de 30 segundos, o próprio José Serra, então presidente do PSDB, garante:

Cumprir o que se promete. Colocar as pessoas em primeiro lugar. Trabalhar muito e falar pouco. Honestidade. Estas são marcas do PSDB, o partido que tem história. O PSDB fez metrô, portos, estradas, hospitais, casas, implantou os genéricos e o melhor programa de combate à aids do mundo...

O programa de aids em pauta é o Programa Nacional de Doenças Sexuais Transmissíveis e Aids. Serra se refere evidentemente à época em que esteve à frente do Ministério da Saúde ao qual o PN-DST/Aids é subordinado. Conseqüentemente, segundo a campanha publicitária, é o seu "criador". Só que esses slogans e as variações dos mesmos, criados por marqueteiros e assumidos por José Serra, são propaganda enganosa. Por desinformação, conivência, sabujice ou má-fé, a mídia corporativa nunca os questionou nesses oito anos.

"Essa história do Serra não corresponde à verdade dos fatos. Discordo também profundamente de que este ou aquele partido criou o programa”, põe os pingos nos is a médica sanitarista Mariângela Simão, desde 2004 diretora do PN-DST/Aids. “O Brasil reagiu muito precocemente à epidemia de aids e vários atores foram importantíssimos na sua história, entre elas a doutora Lair Guerra de Macedo Rodrigues* e o professor Adib Jatene. O grande diferencial é que, no Brasil, o Programa Nacional de Aids deixou de ser uma política de governo para ser uma política de Estado.”

“DNA” DESMENTE SERRA E MARQUETEIROS

Realmente, estes fatos derrubam uma das bandeiras-chave de Serra na área de saúde.

1986. O ministro da Saúde, Roberto Santos, cria oficialmente o PN-DST/Aids no governo do presidente José Sarney. Em 1985, porém, alguns dos seus núcleos já funcionavam.

1991. Começa a distribuição gratuita do AZT (único anti-retroviral disponível) e de alguns medicamentos para infecções oportunistas. Lair Guerra de Macedo já estava no PN-DST/Aids. Foi ela que, numa das viagens ao exterior, trouxe escondidas na bagagem as primeiras caixas de AZT que chegaram ao Brasil.

1992. O atendimento é ampliado. O Ministério da Saúde inclui os procedimentos para tratamento da aids na tabela do SUS (Sistema Único de Saúde). O cardiologista e professor Adib Jatene, considerado um dos maiores cirurgiões cardíacos do país, assume o Ministério da Saúde, colocando Lair na coordenação-geral do PN-DST/Aids. Fernando Collor de Mello era o presidente da República.

“A eficiência com que Lair comandou o setor trouxe as primeiras perspectivas otimistas sobre o controle da doença”, observa Jatene. “Foi sua capacidade de propor, sua coragem de defender e sua eficiência em executar que nos colocaram na direção correta, consolidada por tantos que, com competência e dedicação,mantiveram as ações em crescendo, garantindo, em área tão sensível, o reconhecimento de uma liderança que partiu de Lair.”

Mariângela Simão faz coro: “A doutora Lair foi a pioneira. Foi quem colocou – e com sucesso! -- a aids na agenda política do governo”.
Mário Scheffer, presidente do Grupo Pela Vidda de São Paulo, acrescenta: “O professor Jatene também foi fundamental. Se ele não tivesse a visão estratégica de que o Brasil tinha que produzir os próprios anti-retrovirais, não se teria garantido o acesso universal ao tratamento antiaids. Foi dele a decisão política de fabricar no País o AZT e o ddI [didanosina, outro anti-retroviral] ”.

1993. O AZT começa a ser produzido no Brasil.

1995. Em janeiro, o professor Adib Jatene assume o Ministério da Saúde pela segunda vez. Moderniza o PN-DST/Aids, dando-lhe novo rumo e capacidade econômico-gerencial. Permanece até novembro de 1996. Nesse período, são dados três passos vitais: apoio aos projetos das ONGs ligadas à área de prevenção e tratamento de HIV/aids; as primeiras recomendações para utilização dos “coquetéis” anti-retrovirais; decisão de comprar os inibidores da protease, a nova família de drogas anti-HIV, que começava a ser comercializada.

“Em março de 1995, editamos a portaria ministerial regulamentando a compra e a distribuição de medicamentos para HIV/aids, para garantir acesso gratuito ao tratamento”, relembra Jatene. “Em 1996, convocamos uma reunião em Brasília com 60 infectologistas para debater qual seria a atitude mais adequada do Ministério da Saúde em relação ao ‘coquetel’. Ele já existia, era capaz de controlar os sintomas e permitir sobrevida longa aos pacientes com aids, permitindo que mantivessem suas atividades profissionais. A recomendação foi de que fornecêssemos os anti-retrovirais a todos os pacientes com aids.

”Pela primeira vez no mundo, essa proposta era apresentada. Sensibilizado com o problema, o senador José Sarney, então presidente do Senado, apresentou e conseguiu aprovar contra a opinião de alguns setores do governo (do presidente Fernando Henrique Cardoso), a Lei 9313 de 1996.

“Com a Lei Sarney, o Ministério da Saúde ficou legalmente autorizado a disponibilizar gratuitamente os anti-retrovirais”, continua Jatene. “O Brasil se tornou o primeiro país a abordar a aids não apenas nos aspectos educativo e preventivo, mas também ao oferecer o tratamento mais eficaz de forma universal e gratuita.

”Mário Scheffer reforça: “Sem a Lei Sarney a distribuição gratuita e universal dos anti-retrovirais não teria se tornado política de Estado, realidade até hoje”.

1998. Em 31 de março, José Serra assume o Ministério da Saúde. O PN-DST/Aids existia, o acesso universal ao tratamento antiaids era real e alguns anti-retrovirais já estavam sendo fabricados no Brasil.

“Realmente, o Serra deu muita força ao programa”, salienta Mariângela Simão. “O Serra enfrentou os laboratórios internacionais, ameaçando com a quebra de patentes para adequar o custo dos medicamentos”, observa a Jatene. “Quando os programas de saúde se instalam e são consistentes, debatidos com a sociedade, as entidades científicas, eles se tornam definitivos, viram políticas de saúde. Aí, são incorporados e aprimorados pelos ministros que se seguem. Foi o que fizeram o Serra, o Humberto Costa e, agora, o Temporão. Essa é a grande força do Ministério da Saúde”.

Em português claro. O PN-DST/Aids é um “filho” bonito, bem-sucedido, famoso e reconhecido internacionalmente. Serra não quis desempenhar apenas o importante papel de tê-lo ajudado ir adiante. Fez e faz de conta que é seu criador. O que, além de inverídico, é injusto. Os marqueteiros podem até tentar maquiar a história do PN-DST/Aids, mas é impossível alterar o seu “DNA”. Todos os que, desde o começo da década de 1980, acompanham a luta antiaids no Brasil são testemunhas, inclusive esta repórter.

SERRA AMEAÇOU, LULA QUEBROU

O Programa Nacional de DST e Aids não começou nem terminou na gestão Serra. É mérito de vários governos, a partir de 1985.

Em 2001, Serra ameaçou quebrar as patentes de dois remédios do “coquetel” antiaids: nelfinavir, da Roche, e efavirenz, da Merck, Sharp & Dhome. Argumento: abuso do poder econômico. Após negociações, chegou-se a um acordo.

Em 2005, a queda de braço foi com a Abbott, e o lopinavir/ritonavir, o alvo. O ministro da Saúde era Humberto Costa. De novo, se negociou e se chegou a um acordo.

Em 2007, o ministro da Saúde já era José Gomes Temporão e, na berlinda, mais uma vez, o efavirenz, o remédio importado mais usado. A maior parte dos pacientes começa com o "coquetel" que associa AZT (zidovudina), 3TC (lamivudina) e efavirenz. É a combinação de primeira linha.

Na época, o Brasil pagava à Merck US$1,56 por comprimido. O que se pretendia era adquiri-lo pelo mesmo preço vendido à Tailândia -- US$ 0,65. O Ministério da Saúde negociou exaustivamente. Apesar do volume -- tratamento para 75 mil pacientes! --, a multinacional não cedeu.

Em conseqüência, o ministro Temporão e o presidente Luis Inácio Lula da Silva decretaram o primeiro licenciamento compulsório de um remédio no Brasil. O País começou a comprar efavirenz da Índia (que não reconhece patentes) por US$ 0,46 a unidade. Paralelamente, Farmanguinhos, que faz parte da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) do Ministério da Saúde, desenvolveu todo o medicamento: da fabricação da matéria-prima ao remédio final, para ser consumido. Em fevereiro de 2009, o primeiro lote foi entregue. Cada comprimido sai a US$ 0,60, devido ao maior custo de produção no Brasil. Só este ano US$ 30 milhões serão economizados.

"A licença compulsória não é para se fazer economia pura e simplesmente. Medidas como essa nos permitem usar melhor o recurso público e introduzir novas drogas", expõe Mariângela Simão. "A longo prazo, esse salto tecnológico nos possibilitará desenvolver novas moléculas e garantir a sustentabilidade do PN-DST/Aids."

"PROGRAMA NACIONAL DE AIDS NÃO TEM DONO"

Entre 1981 e 1989, a sobrevida dos adultos após o diagnóstico de aids era, em média, de 5,1 meses. Em 1995/96, 58 meses. Já os diagnosticados em 1998/99, 110 meses. Há pessoas vivendo com aids no Brasil há 10, 15, 18 anos. Aids não tem cura, mas tem controle. Vive-se cada vez mais.

"Por isso, quem acha que eventualmente se expôs a alguma situação de risco no decorrer da vida, deve pensar seriamente em fazer o teste de aids", incentiva a doutora Mariângela. "Quanto mais cedo se descobre que se é portador do HIV, maior a possibilidade de qualidade de vida melhor.

”O Ministério da Saúde fornece gratuitamente o "coquetel" a 185 mil pessoas. A cada ano, novas 15 mil a 17 mil passam a utilizá-lo. A "cesta" atual compõe-se de 18 anti-retrovirais**.

Detalhe: como os pacientes tratados por muito tempo, tornam-se resistentes a várias drogas, são necessários novos anti-retrovirais. De 2005 para cá, foram introduzidos três. Em 2008, um da própria Merck, que, em 2007, teve a patente quebrada do efavirenz. E, ao contrário do que alardeavam e até torciam os opositores do governo Lula, a farmacêutica não retaliou. "O Brasil é um dos grandes mercados do mundo", alfineta Mariângela. "E o governo federal é o único comprador brasileiro.

"Maior programa de aids do mundo? Melhor do mundo? Exemplo para mundo?

Mariângela tem ojeriza a carimbos triunfalistas, megalomaníacos ou personalistas. Para essas perguntas, tem uma resposta na ponta da língua: "Somos um programa com grandes feitos, mas também com muitas coisas a fazer, já que o Brasil é tremendamente desigual".

"O programa é resultado de uma construção coletiva e contínua, que fez e faz diferença até hoje: os movimentos sociais, as ONGs de prevenção e tratamento da aids, os conselhos e profissionais de saúde", orgulha-se a sua diretora. "Na verdade, o Programa Nacional de Aids não tem dono. Foi criado e consolidado por mil e uma mãos."


* Em 1996, Lair Guerra de Macedo Rodrigues sofreu um acidente de carro em Recife, onde se encontrava para um congresso de aids. Ficou vários dias entre a vida e a morte. Recuperou-se lentamente, mas não pode reassumir as suas funções devido às sequelas.

** Dos 18 anti-retrovirais, 7 são nacionais: zidovudina (AZT), lamivudina (3TC), indinavir, estavudina, nevirapina, saquinavir e efavirenz. Os 11 importados são: abacavir, atazanavir, darunavir, didanosina, enfuvirtida, fosamprenavir, lopinavir/ritonavir, ritonavir, tenofovir, raltegravir e amprenavir.



PSDB QUER ENGANAR O POVO

A CPI da Petrobrás é só para enganar o público externo.

Leia mais aqui no Blog do Luis Nassif.

12/06/2009 - 08:29

Estudo do PSDB desmascara sua CPI

Como se monta ou se prorroga uma CPI? Conta-se uma inverdade, cria-se a marola, depois pouco importa se o fato relatado era mentiroso.

Exemplo 1 - O relatório com conclusões falsas que a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) passou para a revista Veja, sobre suposta escuta ambiental no órgão. Era falso. Resultou na prorrogação da CPI do Grampo. Tempos depois, na entrevista concedida à UOL, Gilmar Mendes candidamente admitiu que os dados poderiam ser furados, mas eram “verossímeis”. Em qualquer país com mídia séria, seria um escândalo.

Exemplo 2 - A operação contábil da Petrobras, visando reduzir o pagamento de impostos quando a crise interrompeu a liquidez do sistema financeiro.

Escrevi na época que era bobagem, que toda grande empresa recorre à engenharia fiscal, que a medida tinha fundamentação jurídica, mesmo podendo ser questionada pela Receita.

Hoje, no Valor, matéria de César Felício: “Manobra contábil da Petrobras é usada por grandes empresas, sugere estudo”.

Que estudo é esse? Preparado por José Roberto Afonso, consultor do PSDB para assuntos fiscais e tributários, um dos pais da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Diz a matéria:

Estopim para a criação de uma CPI no Senado, a manobra contábil da Petrobras, que deixou de recolher três meses de contribuições, reforçando seu caixa em R$ 4 bilhões este ano, pode ter sido seguida pela maioria dos grandes contribuintes do País. Um estudo preparado pelo economista José Roberto Afonso, consultor do PSDB, com base em dados coletados no gabinete do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que tem acesso ao Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), detalha a queda na arrecadação tributária federal no primeiro quadrimestre deste ano, que é desproporcional à redução do PIB . Enquanto o Produto Interno Bruto teve uma redução de 1,8% no primeiro trimestre de 2009, em comparação com o mesmo período no ano passado, as receitas federais tiveram uma redução de 7,2% de janeiro a abril, percentual que sobe a 8,7%, caso se retirem as receitas previdenciárias. Em termos absolutos, houve uma perda de R$ 11 bilhões.

(…) Um sinal neste sentido é a retração maior na arrecadação do IRPJ pelo lucro real, regime de recolhimento das grandes companhias. Enquanto o IR do lucro real caiu 19% até abril, a arrecadação do imposto pelo lucro presumido, regime das pequenas e médias empresas, cresceu 4,6% no mesmo período. “Uma hipótese para explicar o resultado é que grandes contribuintes estejam deixando de recolher para ter mais acesso a crédito, com mecanismos de compensação tributária”, observa o texto. Entre os pequenos e médios contribuintes o desempenho é diverso em função do menor acesso a ferramentas de compensação tributária.
(…) Os dados mostram que, mesmo depois da Petrobras encerrar a sua compensação tributária e voltar a recolher as contribuições em abril, a arrecadação federal acelerou a queda: de retração de 4,4% em março para 8,8% em abril, quando comparada com igual mês no ano anterior, o que pode ser um indicativo de que os mecanismos de compensação tributária foram seguidos por outras grandes empresas.
(…) O estudo mostra ainda outro sinal de queda desproporcional da arrecadação, ao abordar as instituições financeiras. A redução no primeiro quadrimestre da estimativa mensal do lucro no IRPJ deste setor foi de 28%.

Ou seja, o PSDB sabe que a denúncia é um factóide, sabe que traz intranquilidade para o país em um momento de esforço nacional para superar a crise, sabe que lança suspeitas sobre o partido, de que os interesses em jogo são a regulamentação do pré-sal, mas segue em frente.
Enviado por: luisnassif - Categoria(s):
Eleições, Política Tags relacionadas: , , ,
Comentar
Permalink

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Petrobrax para iniciantes

Eu estava mesmo querendo falar sobre essa incrível cruzada ao fundo do poço que a oposição, PSDB à frente, decidiu empreender contra a Petrobras, justo no momento em que a empresa se posiciona como uma das grandes do planeta. Sim, a inveja é uma merda, todo mundo sabe disso, mas mesmo a mais suntuosa das privadas tem um limite de retenção. Como não se faz CPI no Brasil sem um acordo prévio com publishers e redações, fiquei quieto, aqui no meu canto, com meus olhos de professor a esperar por um bom exemplo para estudo de caso, porque coisa chata é ficar perdido em conjecturas sem ter um mísero emblema para oferecer aos alunos ou, no caso, ao surpreendente número de pessoas que vem a este blog dar nem que seja uma olhada. Pois bem, esse dia chegou.

Assinante do UOL há cinco anos, é com ele que acordo para o mundo, o que não tem melhorado muito o meu humor matutino, diga-se de passagem. De cara, vejo estampada, em letras garrafo-digitais, a seguinte manchete:

Petrobras gastou R$ 47 bi sem licitação em seis anos
Teca, minha cocker spaniel semi-paralítica, se aninha nos meus pés, mas eu não consigo ficar parado. Piso nas patas traseiras dela, mas, felizmente, ela nada sente. A dedução, de tão lógica, me maltrata o ânimo. Se tamanha safadeza ocorreu nos últimos seis anos, trata-se da Era Lula, redondinha, do marco zero, em 2003, até os dias de hoje. Nisso, pelo menos, a matéria não me surpreende. Está lá:

Desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Petrobras gastou cerca de R$ 47 bilhões em contratos feitos sem licitação, informa reportagem de Rubens Valente, publicada na Folha desta quarta-feira (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).

Pá-pá-pá. Preto no branco. Tiro à queima roupa. Um lead jornalístico seco como biscoito de polvilho. Desde que chegou ao Planalto, Lula deixou a Petrobrás gastar 47 bilhões de reais em contratos sem licitação. Vamos, portanto, à CPI. Nada de chiadeira. Demos e tucanos, afinal, têm razão. Bilhões delas. Dane-se o Pré-Sal e o mercado de ações. Quem for brasileiro que siga Arthur Virgílio!

Mas, aí, vem o maldito segundo parágrafo, o sublead, essa réstia de informação que, pudesse ser limada da pirâmide invertida do texto jornalístico, pouparia à oposição tocar a CPI sem o constrangimento de ter que bolar malabarismos retóricos em torno das informações que se seguem. São elas, segundo a Folha On Line:

Amparada por decreto presidencial editado por Fernando Henrique Cardoso em 1998 e em decisões do STF (Supremo Tribunal Federal), a petroleira contratou sem licitação serviços como construção, aluguel e manutenção de prédios, vigilância, repasses a prefeituras, gastos com advogados e patrocínios culturais, entre outros. O valor corresponde a 36,4% do total de gastos com serviços (R$ 129 bilhões) da petroleira de janeiro de 2003 a abril de 2009.

A prática não começou com Lula. Somente entre 2001 e 2002, sob a administração de Fernando Henrique (PSDB-SP), a petroleira contratou cerca de R$ 25 bilhões sem licitações, em valores não atualizados.

Parem as rotativas digitais! Contenham as massas! Abatam os abutres!

Como é que é? Volto à minha sala de aula imaginária (só poderia ser, porque hoje eu nem dou aula). Vamos fazer uma análise pontual do texto jornalístico, menos pelo estilo, impecável em sua dureza linear, diria até cartesiana, mas pela colocação equivocada das informações. Depois caem de pau em cima de mim porque defendo a obrigatoriedade do diploma. Vamos lá:

1) Na base da pirâmide invertida, há uma informação que deveria estar no lead e, mais ainda, no título da matéria. Senão, vejamos. Se entre 2001 e 2002 a Petrobras gastou 25 bilhões, “em valores não atualizados” (???), em contratos sem licitações, logo, a matéria deveria começar, em seu parágrafo inicial, com a seguinte informação: “Nos últimos oito anos, a Petrobras gastou R$ 72 bilhões (R$ 47 bilhões + R$ 25 bilhões, “em valores não atualizados”) em contratos sem licitações. Então, CPI nessa cambada! Mas que cambada? Sigamos em frente.

2) O mesmo derradeiro parágrafo informa que a “prática” se iniciou “sob a administração” de Fernando Henrique Cardoso, aquele presidente do PSDB. Aliás, reflito, só é “prática” porque começou com FHC. Se tivesse começado com Lula, seria bandalha mesmo. Mas sou um radical, não prestem atenção em mim. Continuemos a trabalhar dentro de parâmetros técnicos e jornalísticos. Logo, a CPI tem que partir para cima do PT e do PSDB. Um pouco mais em cima do PSDB. Por quê? Explico.

3) Ora, até eu que sou jornalista e, portanto, um foragido da matemática, sou capaz de perceber que se a Petrobrax de FHC gastou R$ 25 bilhões (em valores não atualizados!) em contratos sem licitação em apenas dois anos, e a Petrobras de Lula gastou R$ 47 bilhões em seis anos, há um desnível de gastos bastante razoável entre um e outro. Significa, por exemplo, que FHC gastou R$ 12,5 bilhões por ano. E Lula gastou R$ 7,8 bilhões por ano. Ação, segundo a reportagem da Folha, “amparada por decreto presidencial editado por Fernando Henrique Cardoso, em 1998, e em decisões do STF (Supremo Tribunal Federal)”. Poderia até acrescentar que a Petrobras vale no mercado, hoje, R$ 300 bilhões, e que valia R$ 54 bilhões quando FHC deixou o governo. Mas é preciso manter o foco jornalístico, sem exageros.

4) Temos, então, uma lógica primária. Com base em uma lei de FHC, amparada pelo STF, a Petrobras tem feito contratos sem licitações, de 2001 até hoje. A “prática” é irregular? CPI neles! Todos. Mas, antes, hora de refazer o título e o lead!

Petrobrás gastou R$ 72 bi em contratos sem licitação, em oito anos
Desde 2001, durante o segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), até abril deste ano, a Petrobras gastou cerca de R$ 72 bilhões em contratos feitos sem licitação. Os gastos foram autorizados, em 1998, por um decreto presidencial assinado por FHC e, posteriormente, amparados por decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). Entre 2001 e 2002, a empresa, sob administração tucana, gastou R$ 25 bilhões em contratos do gênero, em valores não atualizados, uma média de R$ 12,5 bilhões por ano. No governo Lula, esses gastos chegaram a R$ 47 bilhões, entre 2003 e abril de 2009, uma média de R$ 7,8 bilhões anuais.

Bom, não sei vocês, mas eu adoro jornalismo. Em valores atualizados, claro.
Escrito por Leandro Fortes às 10h43
[(41) desembestaram a falar] [envie esta mensagem]

quarta-feira, 10 de junho de 2009

ELES NÃO ENTENDERAM... POUCA GENTE ENTENDEU
Atualizado em 10 de junho de 2009 às 09:30 Publicado em 09 de junho de 2009 às 21:18
por Luiz Carlos Azenha Vá ao Blog do Azenha

Em alguns minutos o blog da Petrobras terá mil seguidores no Twitter.

Se metade deles "repercutir" as manchetes enviadas pela empresa para sua própria rede de seguidores, esse número se multiplica em segundos.

Ou seja, a mensagem que a Petrobras manda para mil pessoas tem o potencial de chegar a 10 mil. Ou mais.

Se dessas 10 mil pessoas, 5 mil passarem a frequentar o blog da Petrobras diariamente, a empresa poderá vender anúncios no blog.

Ou seja: terá construído uma ferramenta de qualidade para se comunicar com o público, pode reduzir os custos com propaganda e ainda faz um dinheiro.

Uma excelente notícia para os acionistas da Petrobras.

Uma péssima notícia para os donos de jornais, de redes de TV e de emissoras de rádio.

Eles perdem dinheiro e autoridade.

Qual é a vantagem de você ter uma rede de TV se não pode extrair DINHEIRO E PODER dela?
Em tese, os empresários do ramo poderiam argumentar que "prestam um serviço público". Mas é preciso combinar com o público.

Isso me faz lembrar dos donos de jornais de antigamente, especialmente no interior. Que costumavam ameaçar com manchetes destruidoras quem não aceitasse pagar pedágio.

Quem diria que os Marinho, os Mesquita e os Frias chegariam a esse ponto?

Tenho 37 anos de Jornalismo, 29 de televisão. De todas as reclamações que li sobre o blog da Petrobras, só uma faz algum sentido: se a empresa tem ou não o direito de divulgar as perguntas e respostas feitas por jornalistas ANTES da publicação das reportagens pelos jornais que fizeram as perguntas.

A relação entre entrevistado-entrevistador é de confiança. Se o entrevistado não tem plena confiança de que será tratado de maneira correta pelo entrevistador, acho justíssimo que divulgue as respostas. Antes ou depois, já que considero que as respostas pertencem ao entrevistado.

Mas, sinceramente, acredito que isso é acessório. O essencial é a mudança de qualidade no relacionamento entre a mídia e as fontes, que vai pelo mesmo caminho da relação entre a mídia e os leitores/ouvintes/telespectadores.

Estou na internet desde o distante 2003. Aprendi muito com vocês, caros leitores. Aprendi que essa relação que travamos é, essencialmente, uma relação de respeito, mesmo quando há profunda diferença de opiniões.

Aprendi que o texto que publico às 6 da manhã será completamente distinto às 10 da noite, quando acrescido dos comentários dos leitores.

Serei corrigido. Contestado. Um leitor sugerirá novos links. Outro agregará argumentos. Um terceiro apontará para outro texto, dizendo algo muito distinto do que acabei de escrever. É da natureza da rede.

Que é exatamente o meu ponto: os Marinho, os Frias e os Mesquita ainda não entenderam a natureza da internet, nem do jornalismo colaborativo.

Eles acreditam que é possível preservar, no mundo digital, o mesmo tipo de relação de autoridade que existe na "mídia tradicional".

De um lado, as "otoridades": os donos da mídia e os jornalistas devidamente diplomados e com registro no Ministério do Trabalho.

Do outro lado, os pobres coitados: leitores, telespectadores e ouvintes cuja única tarefa no mundo é ouvir, acreditar e obedecer.

Sinceramente, não estranho que isso escape aos barões da mídia. Sou jornalista e convivo com jornalistas. E diria, sem medo de errar, que 90% dos jornalistas acreditam que farão Jornalismo amanhã da mesma forma que fizeram ontem. Eles não tem a mínima noção do que está mudando e do que virá.

Da importância do jornalismo colaborativo, do jornalismo feito para as redes de relacionamento, do poder propagador do twitter e das novas ferramentas que surgem todo dia.

Costumo contar duas histórias quando dou palestras sobre esse tema.

Numa, comparo preços. Quando fui para Nova York como correspondente da TV Manchete, em 1985, o preço de dez minutos de transmissão de satélite era de mil e quinhentos dólares. Hoje, essa mesma transmissão de imagens pode ser feita pela internet, de graça.

Na outra, pergunto a profissão de alguns dos presentes. Em geral há professores, médicos, engenheiros, pedreiros, marceneiros, bibliotecários e muitos outros profissionais na platéia.

Depois de listar as profissões, interesses e aptidões de todos, faço uma pergunta simples: imaginem o blog do Azenha feito apenas pelo Azenha. Agora imaginem o blog do Azenha feito pelo Azenha e mais todos os presentes na platéia.

Qual será mais rico? Mais variado? Melhor informado? Qual vai errar menos?

Mas é mais do que isso. Se eu conseguir juntar todas essas pessoas em um blog E desenvolver uma relação de respeito mútuo e de parceria, temos um salto de qualidade, que vocês podem chamar de jornalismo colaborativo.

Que a Petrobras tenha aprendido a fazer isso ANTES que os jornalões é sintoma de que há algo de muito errado com nossos jornais. Ou de muito certo com a Petrobras. Ou ambos.

Ouça a palestra mais recente do professor Sergio Amadeu, quando falamos sobre internet para trabalhadores do setor de educação.

PS: O Jornalismo não acabou. Simplesmente ficou mais dificil enganar os incautos.

PS2: O blog da Petrobras só deu certo por penetrar no fosso que existe entre os jornais e os leitores. Quem cavou o fosso?

PS3: O blog obriga a Petrobras a assumir um compromisso de transparência não só com os jornais, mas diretamente com todos os leitores do blog. É um passo que poucas empresas são capazes de assumir. Vocês já imaginaram um blog da Folha em que a Folha responda sobre seu envolvimento com a ditadura militar? Ou o blog do Globo em que o jornal discuta seu apoio ao golpe de 64?

terça-feira, 9 de junho de 2009

NÃO MINTA, A VERDADE ESTÁ NO MEU BLOG!

Desde os tempos do famigerado FHC que o PSDB quer vender a Petrobrás.

Naqueles tempos eles se referiam à Petrobrás como Petrossauro, querendo dizer que a empresa era um monstro, um bicho de sete cabeças e que precisava ser destruída.

Houve até um ministro que falou que precisava destruir a Petrossauro e desmontá-la vértebra por vértebra.

Mas, o que havia por trás de tudo isso?

Simples.

Os neoliberais, mistura de PSDB com PFL, hoje DEMos, venderam quase tudo que o país possuía em matéria de empresa pública.

E queriam vender também o Banco do Brasil, a Caixa Econômica e a Petrobrás.

Mas, para não despertar a ira do povo brasileiro e tirar o foco da grandeza da Petrobrás, era necessário dar um caráter maligno a empresa. Daí ela ter sido taxada de incapaz, corrupta, monstro. Tudo para facilitar o desmonte da maior empresa de petróleo do mundo.

E a primeira coisa a ser feita era arranjar um apelido bem feio, que causasse repugnância e revolta na população: Petrossauro!

Deram com os burros n’água porque alguns brasileiros nacionalistas foram para cima e impediram a venda da empresa.

Agora eles voltam à carga.

Criaram uma CPI para investigar porque a Petrobras não pagou juros exorbitantes aos acionistas e reduziu a carga tributária ao fisco brasileiro.

Para os neoliberais, sobretudo o PSDB, ai tem roubo (O PSDB falando em roubo...), tem maracutaia na Petrobrás.

Esqueceram os neoliberais, que foi o próprio FHC quem criou, através de medida provisória, um dispositivo que reduz a cota e os impostos a ser pagos pelas empresas brasileiras, toda vez que, numa crise, houvesse redução do PIB.

Que é o que está acontecendo nesse instante.

Agora começa o mais interessante.

Para que a iniciativa do PSDB tenha sucesso, faz-se necessário contar com a mídia, que sempre esteve a serviço dos neoliberais: rede Globo, Estadão, Folha de São Paulo, revista Veja, e outros veículos de mídia.

Que sempre foram eternamente favoráveis a que se venda tudo que o país tem. Principalmente se forem eles mesmos os compradores.

Pois bem.

Os jornalistas destes veículos de comunicação começaram a espalhar noticias infundadas sobre a Petrobrás.
O objetivo é criar um clima de corrupção, de empresa relapsa, sonegadora, antro de malandragem, financiadora de corruptores e corruptos, de tal forma a incutir na população brasileira uma imagem muito negativa da Petrobrás para, depois de tudo isso, alguém dá o grito: vende! E a população não resistir...

Eles mandavam e-mails para a presidência da Petrobrás com perguntas sobre o desempenho da empresa, atividades, tipo de serviço que desenvolve, enfim, perguntavam tudo e quando a matéria era publicada, a coisa estava totalmente distorcida.

O que fez a Petrobrás?

Criou um blog!

Semana passada um jornalista solicitou uma entrevista, através de e-mails. A presidência da Petrobrás respondeu a todas as perguntas, mas foi ao blog da empresa e publicou todas as perguntas do jornalista e as respostas dadas pela diretoria.

Quando o jornal publicou a matéria totalmente distorcida, choveu de reclamações à redação.

Eram os leitores do jornal cobrando explicações sobre a matéria publicada, que contrastava totalmente com a que a empresa havia colocado em seu blog.

Desmoralização total.

Agora veio a ANJ (Associação Nacional de Jornalistas) cobrando da Petrobrás explicação, e revoltada porque a empresa colocou em seu blog as perguntas e respostas da entrevista.

A rede Globo se manifestou também, dizendo que “o blog afronta a liberdade de imprensa”.

Liberdade de imprensa no Brasil é a permissão para mentir, difamar sem que o atingido se mexa.

Eurípedes Alcântara, da revista Veja, disse que o Blog da Petrobras é censura!

Traduzindo: eu faço uma entrevista com você e coloco no meu jornal tuas respostas do jeito que quiser. Mas, se você falar o que te perguntei, disser também as respostas que deu a mim, é censura.

De qualquer forma o blog mudou a maneira de se fazer notícia no mundo inteiro.

Se um jornal publica alguma coisa sobre alguém, e esse fato vem distorcido, imediatamente um blogueiro se manifesta, revelando fatos, trazendo detalhes.

A reação da Petrobras põe o jornalismo brasileiro em guarda.

O recado foi direto: não distorça, não invente...

Não minta, a verdade está no meu blog!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

LEIAM, LEIAM, LEIAM!

FHC NÃO CONSEGUIU
E JOSÉ SERRA CONSEGUIRÁ?

Bote um neoliberal na presidência e adeus PETROBRÁS.

DO BLOG DE PAULO HENRIQUE AMORIM

Os dez estragos de FHC na Petrobras
do site da Associação dos Engenheiros da Petrobras (
AEPET)
Para refrescar a memória do senador Sérgio Guerra (PE) e demais entusiastas da CPI da Petrobrás, o presidente da AEPET (Associação dos Engenheiros da Petrobras), Fernando Leite Siqueira, selecionou dez estragos produzidos pelo Governo FHC no Sistema Petrobrás, que seguem:

1993 - Como ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso fez um corte de 52% no orçamento da Petrobrás previsto para o ano de 1994, sem nenhuma fundamentação ou justificativa técnica. Ele teria inviabilizado a empresa se não tivesse estourado o escândalo do orçamento, envolvendo vários parlamentares apelidados de `anões do orçamento`, no Congresso Nacional, assunto que desviou a atenção do País, fazendo com que se esquecessem da Petrobrás. Todavia, isto causou um atraso de cerca de 6 meses na programação da empresa, que teve de mobilizar as suas melhores equipes para rever e repriorizar os projetos integrantes daquele orçamento;

1994 - ainda como ministro da Fazenda, com a ajuda do diretor do Departamento Nacional dos Combustíveis, manipulou a estrutura de preços dos derivados do petróleo, de forma que, nos 6 últimos meses que antecederam o Plano Real, a Petrobrás teve aumentos mensais na sua parcela dos combustíveis em valores 8% abaixo da inflação. Por outro lado, o cartel internacional das distribuidoras derivados teve aumentos de 32%, acima da inflação, nas suas parcelas.
Isto significou uma transferência anual, permanente, de cerca de US$ 3 bilhões do faturamento da Petrobrás, para o cartel dessas distribuidoras.
A forma de fazer isto foi através dos 2 aumentos mensais que eram concedidos aos derivados, pelo fato de a Petrobrás comprar o petróleo em dólares, no exterior, e vender no mercado em moeda nacional. Havia uma inflação alta e uma desvalorização diária da nossa moeda. Os dois aumentos repunham parte das perdas que a Petrobrás sofria devido a essa desvalorização.
Mais incrível: a Petrobrás vendia os derivados para o cartel e este, além de pagá-la só 30 a 50 dias depois, ainda aplicava esses valores e o valor dos tributos retidos para posterior repasse ao tesouro no mercado financeiro, obtendo daí vultosos ganhos financeiros em face da inflação galopante então presente. Quando o plano Real começou a ser implantado com o objetivo de acabar com a inflação, o cartel reivindicou uma parcela maior nos aumentos porque iria perder aquele duplo e absurdo lucro.

1995 - Em fevereiro, já como presidente, FHC proibiu a ida de funcionários de estatais ao Congresso Nacional para prestar informações aos parlamentares e ajudá-los a exercer seus mandatos com respaldo de informações corretas. Assim, os parlamentares ficaram reféns das manipulações da imprensa comprometida. As informações dadas aos parlamentares no governo de Itamar Franco, como dito acima, haviam impedido a revisão com um claro viés neoliberal da Constituição Federal.
Emitiu um decreto, 1403/95 que instituía um órgão de inteligência, o SIAL, Serviço de Informação e apoio Legislativo, com o objetivo de espionar os funcionários de estatais que fossem a Brasília falar com parlamentares. Se descobertos, seriam demitidos.
Assim, tendo tempo para me aposentar, solicitei a aposentadoria e fui para Brasília por conta da Associação. Tendo recursos bem menores que a Petrobrás (que, no governo Itamar Franco enviava 15 empregados semanalmente ao Congresso), eu só podia levar mais um aposentado para ajudar no contato com os parlamentares. Um dos nossos dirigentes, Argemiro Pertence, mudou-se para Brasília, às suas expensas, para ajudar nesse trabalho;
Também em 1995, FHC deflagrou o contrato e a construção do Gasoduto Bolívia-Brasil, que foi o pior contrato que a Petrobrás assinou em sua história. FHC, como ministro da Fazenda do governo Itamar Franco, funcionou como lobista em favor do gasoduto. Como presidente, suspendeu 15 projetos de hidrelétricas em diversas fases, para tornar o gasoduto irreversível. Este fato, mais tarde, acarretaria o `apagão` no setor elétrico brasileiro.
As empresas estrangeiras, comandadas pela Enron e Repsol, donas das reservas de gás naquele país só tinham como mercado o Brasil. Mas a construção do gasoduto era economicamente inviável. A taxa de retorno era de 10% ao ano, enquanto o custo financeiro era de 12% ao ano. Por isto pressionaram o Governo a determinar que Petrobrás assumisse a construção. A empresa foi obrigada a destinar recursos da Bacia de Campos, onde a Taxa de Retorno era de 80%, para investir nesse empreendimento. O contrato foi ruim para o Brasil pelas seguintes razões: mudança da matriz energética para pior, mais suja, ficar dependente de insumo externo dominado por corporações internacionais, com o preço atrelado ao do petróleo e valorada em moeda forte; foi ruim para a Bolívia que só recebia 18% pela entrega de uma de suas últimas riquezas, a mais significativa. Evo Morales elevou essa participação para 80% (a média mundial de participação dos países exportadores é de 84%) e todas as empresas aceitaram de bom grado. E foi péssimo para a Petrobrás que, além de tudo, foi obrigada a assinar uma cláusula de `Take or Pay`, ou seja, comprando ou não a quantidade contratada, ela pagaria por ela. Assim, por mais de 10 anos, pagou por cerca de 10 milhões de metros cúbicos sem conseguir vender o gás no mercado nacional.
Em 1995, o governo, faltando com o compromisso assinado com a categoria, levou os petroleiros à greve, com o firme propósito de fragilizar o sindicalismo brasileiro e a sua resistência às privatizações que pretendia fazer. Havia sido assinado um acordo de aumento de salário de 13%, que foi cancelado sob a alegação de que o presidente da Petrobrás não o havia assinado. Mas o acordo foi assinado pelo então Ministro das Minas e Energia, Delcídio Amaral, pelo representante do presidente da Petrobrás e pelo Ministro da Fazenda, Ciro Gomes.
Além disto, o acordo foi assinado a partir de uma proposta apresentada pelo presidente da Petrobrás. Enfim, foi deflagrada a greve, após muita provocação, inclusive do Ministro do TST, Almir Pazzianoto, que disse que os petroleiros estavam sendo feitos de palhaços. FHC reprimiu a greve fortemente, com tropas do exercito nas refinarias, para acirrar os ânimos. Mas deixou as distribuidoras multinacionais de gás e combustíveis sonegarem os produtos, pondo a culpa da escassez deles nos petroleiros. No fim, elas levaram 28% de aumento, enquanto os petroleiros perderam até o aumento de 13% já pactuado e assinado.
Durante a greve, uma viatura da Rede Globo de Televisão foi apreendida nas proximidades de uma refinaria, com explosivos. Provavelmente, pretendendo uma ação sabotagem que objetivava incriminar os petroleiros. No balanço final da greve, que durou mais de 30 dias, o TST estabeleceu uma multa pesada que inviabilizou a luta dos sindicatos. Por ser o segundo maior e mais forte sindicato de trabalhadores brasileiros, esse desfecho arrasador inibiu todos os demais sindicatos do país a lutar por seus direitos. E muito menos por qualquer causa em defesa da Soberania Nacional. Era a estratégia de Fernando Henrique para obter caminho livre e sangrar gravemente o patrimônio brasileiro.
1995
– O mesmo Fernando Henrique comandou o processo de mudança constitucional para efetivar cinco alterações profundas na Constituição Federal de 1988, na sua Ordem Econômica, incluindo a quebra do monopólio Estatal do Petróleo, através de pressões, liberação de emendas dos parlamentares, barganhas e chantagens com os parlamentares (o começo do `mensalão` – compra de votos de parlamentares com dinheiro desviado do erário público). Manteve o presidente da Petrobrás, Joel Rennó que, no governo Itamar Franco, chegou a fazer carta ao Congresso Nacional defendendo a manutenção do monopólio estatal do petróleo, mas que, no governo FHC, passou a defensor empedernido da sua quebra.

AS CINCO MUDANÇAS CONSTITUCIONAIS PROMOVIDAS POR FHC:

1) Mudou o conceito de empresa nacional. A Constituição de 1988 havia estabelecido uma distinção entre empresa brasileira de capital nacional e empresa brasileira de capital estrangeiro. As empresas de capital estrangeiro só poderiam explorar o subsolo brasileiro (minérios) com até 49% das ações das companhias mineradoras. A mudança enquadrou todas as empresas como brasileiras. A partir dessa mudança, as estrangeiras passaram a poder possuir 100% das ações. Ou seja, foi escancarado o subsolo brasileiro para as multinacionais, muito mais poderosas financeiramente do que as empresas nacionais. A Companhia Brasileira de Recursos Minerais havia estimado o patrimônio de minérios estratégicos brasileiros em US$ 13 trilhões. Apenas a companhia Vale do Rio Doce detinha direitos minerários de US$ 3 trilhões. FHC vendeu essa companhia por um valor inferior a que um milésimo do valor real estimado.

2) Quebrou o monopólio da navegação de cabotagem, permitindo que navios estrangeiros navegassem pelos rios brasileiros, transportando os minérios sem qualquer controle;

3) Quebrou o monopólio das telecomunicações, para privatizar a Telebrás por um preço abaixo da metade do que havia gastado na sua melhoria nos últimos 3 anos, ao prepará-la para ser desnacionalizada. Recebeu pagamento em títulos podres e privatizou um sistema estratégico de transmissão de informações. Desmontou o Centro de Pesquisas da empresa e abortou vários projetos estratégicos em andamento como capacitor ótico, fibra ótica e TV digital;

4) Quebrou o monopólio do gás canalizado e entregou a distribuição a empresas estrangeiras. Um exemplo é a estratégica Companhia de Gás de São Paulo, a COMGÁS, que foi vendida a preço vil para a British Gas e para a Shell. Não deixou a Petrobrás participar do leilão através da sua empresa distribuidora. Mais tarde, abriu parte do gasoduto Bolívia-Brasil para essa empresa e para a Enron, com ambas pagando menos da metade da tarifa paga pela Petrobrás, uma tarifa baseada na construção do Gasoduto, enquanto que as outras pagam uma tarifa baseada na taxa de ampliação.

5) Quebrou o Monopólio Estatal do Petróleo, através de uma emenda à Constituição de 1988, retirando o parágrafo primeiro, elaborado pelo diretor da AEPET, Guaracy Correa Porto, que estudava direito e contou com a ajuda de seus professores na elaboração. O parágrafo extinto era um salvaguarda que impedia que o governo cedesse o petróleo como garantia da dívida externa do Brasil. FHC substituiu esse parágrafo por outro, permitindo que as atividades de exploração, produção, transporte, refino e importação fossem feitas por empresas estatais ou privadas. Ou seja, o monopólio poderia ser executado por várias empresas, mormente pelo cartel internacional;

1996 - Fernando Henrique enviou o Projeto de Lei que, sob as mesmas manobras citadas, se transformou na Lei 9478/97. Esta Lei contem artigos conflitantes entre si e com a Constituição Brasileira. Os artigos 3º, 4º e 21, seguindo a Constituição, estabelecem que as jazidas de petróleo e o produto da sua lavra, em todo o território Nacional (parte terrestre e marítima, incluído o mar territorial de 200 milhas e a zona economicamente exclusiva) pertencem à União Federal. Ocorre que, pelo seu artigo 26 — fruto da atuação do lobbysobre uma brecha deixada pelo Projeto de Lei de FHC — efetivou a quebra do Monopólio, ferindo os artigos acima citados, além do artigo 177 da Constituição Federal que, embora alterada, manteve o monopólio da União sobre o petróleo. Esse artigo 26 confere a propriedade do petróleo a quem o produzir.

domingo, 17 de maio de 2009

Do blog do Azenha

Fernando Terra: A lista

Atualizado e Publicado em 17 de maio de 2009 às 00:22
por Fernando Terra

O PSDB, que depois de uma gestão desastrosa conseguindo o feito inédito de afundar uma plataforma de petróleo e provocar o maior acidente ecológico da história da Petrobras durante o governo FHC, o derramamento de oleo na Baia de Guanabara, quer agora fazer uma CPI para através dos vazamentos seletivos, denuncias irresponsáveis e escandalos fabricados em conluio com a midia (procedimentos padrão de toda CPI atualmente) desgastar a imagem da empresa e prejudicar a economia do país em um gesto de desespero, apostando na política do "quanto pior melhor" para 2010. Prejudica além da economia como um todo, diretamente milhares de pequenos investidores que tem suas economias ou dinheiro do FGTS em ações da Petrobras.
Justamente agora que a Petrobras vem nos enchendo de orgulho atingindo a auto-suficiência, gerando milhares de empregos com a decisão de construir plataformas e navios no Brasil e, sendo responsável por cerca de 4% do PIB brasileiro, agindo como um dos principais indutores dos investimentos investindo em refinarias, gasodutos e polos petroquimicos em um momento gravíssimo de crise. E mais ! justo agora que descobriu as gigantescas reservas do Pré-sal, patrimônio nosso ! do povo brasileiro e que, como nada é por acaso, se encontra certamente entre os motivos por trás desta manobra irresponsável dos entreguistas do PSDB que já tentaram privatiza-la no passado e até hoje defendem sua privatização através de economistas como Luiz carlos Mendonça de Barros.
Investigação sim, através da CGU, CVM, do TCU, da Polícia Federal, do Ministério Público e de todos os orgâos que já existem para isso e já atuam rotineiramente. Não trabalho na Petrobras, não tenho ações da empresa (nem de nenhum tipo de aplicação no momento), trabalho na iniciativa privada sem nenhum tipo de vinculo com a Petrobras, mas sou brasileiro e consciente da enorme importância que esta empresa tem para o presente e principalmente para o futuro do país com o pré-sal.
Agora enfiar a Petrobras no meio de disputa política no meio da crise e quando a empresa está se mobilizando para captar recursos no exterior para investir no pré-sal é de UMA IRRESPONSABILIDADE QUE VAI ENTRAR PARA A HISTORIA DO PAIS , mais uma na conta do PSDB. Portanto não vamos ficar inertes !
Mandem e-mail para os senadores que assinaram o pedido da CPI (maioria esmagadora do PSDB e DEM), divulgue o que está acontecendo ! Em 2010 vamos mudar esse senado !
1. Álvaro Dias (PSDB-PR) - CRIADOR DA CPI - alvarodias@senador.gov.br
2. Sérgio Guerra (PSDB-PE)-sergio.guerra@senador.gov.br
3. Marco Maciel (DEM-PE)-marco.maciel@senador.gov.br
4. Lucia Vânia (PSDB-GO)-lucia.vania@senadora.gov.br
5. Antonio Carlos Junior (DEM-BA) - acmjr@senador.gov.br
6. Agripino Maia (DEM-RN) -jose.agripino@senador.gov.br
7. Raimundo Colombo (DEM-SC)-raimundocolombo@senador.gov.br
8. Efraim Morais (DEM-PB) -efraim.morais@senador.gov.br
9. Pedro Simon (PMDB-RS)-simon@senador.gov.br
10. Jarbas Vaconcelos (PMDB-PE) -jarbas.vasconcelos@senador.gov.br 11. Cícero Lucena (PSDB-PB) -cicero.lucena@senador.gov.br
12. Demóstenes Torres (DEM-GO) -demostenes.torres@senador.gov.br 13. Jayme Campos (DEM-MT) -jayme.campos@senador.gov.br
14. Heráclito Fortes (DEM-PI) -heraclito.fortes@senador.gov.br
15. Mario Couto (PSDB- PA)-mario.couto@senador.gov.br
16. Eduardo Azeredo (PSDB-MG) -eduardo.azeredo@senador.gov.br
17. Flexa Ribeiro (PSDB-flexaribeiro@senador.gov.br
18. Kátia Abreu (DEM-TO)-katia.abreu@senadora.gov.br
19. Romeu Tuma (PTB-SP) -romeu.tuma@senador.gov.br
20. Arthur Virgílio (PSDB-AM) -arthur.virgilio@senador.gov.br
21. Adelmir Santana (DEM-DF) - adelmir.santana@senador.gov.br
22. Marconi Perillo (PSDB-GO)-marconi.perillo@senador.gov.br
23. Mão Santa (PMDB-PI) -maosanta@senador.gov.br
24. João Tenório (PSDB-AL) -jtenorio@senador.gov.br
25. Gilberto Goellner (DEM-MT) -gilberto.goellner@senador.gov.br
26. Marisa Serrano (PSDB-MS) -marisa.serrano@senadora.gov.br
27. Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) -mozarildo@senador.gov.br
28. Papaléo Paes (PSDB-AP) -papaleo@senador.gov.br
29. Tasso Jereissatti (PSDB-CE)-tasso.jereissati@senador.gov.br
30. Geraldo Mesquita (PMDB-AC) -geraldo.mesquita@senador.gov.br
31. Maria do Carmo (DEM-SE) -maria.carmo@senadora.gov.br
O TERRORISMO DA MÍRIAM LEITÃO
O PPS pela voz de seu representante Raul Jungmann, na propaganda política, fez terrorismo sobre a caderneta de poupança.
Falou que o governo iria mexer na poupanca como fez o Collor de Mello.
Os mais desavisados, não acostumados com o discurso da oposição brasileira, correram para os guichês dos bancos e sacaram cerca de um bilhão de reais.
Mas ainda não acabou terrorismo.
A mídia que apoia a queda ou até a deposição do atual governo, insiste em espalhar o terrorismo sobre a poupança, sem explicar o fundamental, que foi a medida preventiva contra um ataque aos cofres públicos pelos grandes investidores mundiais.
O governo limitou os valores sobre os quais incidem ou não os juros pagos e criou imposto de renda sobre os que ultrapassarem os valores poupados.
Para dar sustentabilidade à voz do deputado Raul Jungmann, a Globo continua vociferando impropérios econômicos pelas vozes de seus comentaristas.
Entendendo muito de terrorismo, golpismo mas semi-analfabetos em aritmética (jornalista não precisa entender muito de matemática), alguns comentaristas chegam às raias do obscurantismo econômico quando querem transferir idéias nesse campo.
Chegam a recomendar que as famílias não poupem mais.
E se não põem mais seu dinheiro na poupança, os comentaristas econômicos ainda não disseram que no colchão, o ladrão vem e leva...
Com risco de vida para o poupador.
No O Globo, Míriam Leitão extrapolou os limites da incultura aritmética.
Se escreveu para sua secretária do lar, talvez tenha atingido seu objetivo, se a mesma tiver lido o jornal O Globo.
Ocorre que não é só a empregada doméstica de Miriam Leitào que lê jornais, ou passam a vista sobre as coisas que alguns jornalistas escrevem.
Há engenheiros, economistas, e pessoas com algum conhecimento de economia e finança.
Transcrevo o comentário de Luis Nassif sobre o que escreveu a colunista econômica de O Globo.
17/05/2009 - 09:54
Poupança: tortura sem números
De O Globo
PANORAMA ECONÔMICO
Miriam Leitão
Nilton tem uma caderneta de poupança para a educação dos netos. Já juntou R$ 117 mil. Mandou email para a CBN para saber se teria que pagar imposto de renda. No site do “Bom Dia Brasil”, uma telespectadora contou que foi demitida e depositou o FGTS na caderneta. Queria saber se haveria exceção para ela. A diferença com outras mudanças de regras é que, agora, as dúvidas chegam por e-mail.
No mais, é tudo igual àquelas alterações feitas na época pré-internet. As mudanças repentinas e confusas de regras, os planos que fracassaram porque foram anunciados antes e pensados depois, as normas que não contemplam as múltiplas situações da vida real, tudo parecia estar de volta na semana passada.
(…) Nilton não terá como fugir, por mais nobre que seja o motivo pelo qual está poupando.
Terá que pagar imposto que vai incidir sobre a rentabilidade de R$ 67 mil do dinheiro da educação dos netos.
É curioso esse tipo de comparação. Se o Nilton está com uma poupança de R$ 117 mil, exclusivamente para a educação futura dos netos, é evidente que o conjunto de rendimentos dele é muito maior. Mirian fala em rentabilidade de R$ 67 mil sobre uma aplicação de R$ 117 mil. Errou na vírgula. Deve ser R$ 6,7 mil de rentabilidade. Sabe qual o IR máximo que o Nilson vai pagar? Pouco coisa além de R$ 200,00.
(…) Terão todos esses 894.856 poupadores que excedem os emblemáticos R$ 50 mil que torcer para que os juros não caiam, porque a queda dos juros aumentará seu imposto.
Os outros donos de caderneta terão que se limitar aos R$ 50 mil, não poupar nada mais, porque em lei estará um valor imutável a partir do qual se paga imposto de renda. Serão punidos se pouparem mais.
Meu Deus do céu! O sujeito poupa R$ 50.000,00. Ganha R$ 3.360,00 (arredondando) de juros, mais R$ 300,00 de correção monetária pela TR. Não paga IR. Aí ele resolve poupar mais R$ 50.000,00, ficando com R$ 100.000,00. Ganhará mais R$ 3.360,00 em juros, dobrando o que ganhava antes. E terá que pagar R$ 175,00 de IR. E a Mirian considera isso uma punição, a ponto de sugerir que ele não poupe mais nada além dos R$ 50.000,00 isentos. Ou seja, ele deixará de receber mais R$ 3.360,00 de juros para não ser “punido” com um IR de R$ 175,00. Há limites para o terrorismo, que em linguagem corriqueira se chama de “senso de ridículo”. Antes de submeter as mudanças da poupança a sessões de tortura, a Mirian mandou os números saírem da sala para não haver testemunhas.
Comentário
Um pedido a vocês. Cada vez que questiono artigos ou análises, estou rebatendo ideias e conceitos. Mas muitos se inflamam e aproveitam os posts para desancar os polemizados. Vamos ficar no campo das ideias e conceitos, sem ataques de cunho pessoal.