domingo, 13 de julho de 2008

HERANÇA MALDITA

O governo Fernando Henrique Cardoso foi um período de uma quase inteira irresponsabilidade.

Pelo menos foi essa a interpretação de um dos mais influentes membros da própria equipe de governo de FHC, quando, naquele famoso vazamento, deixou escapar que “o governo (as atitudes) estavam à beira da irresponsabilidade”.

Esta irresponsabilidade esteve estampada nas privatizações, quando FHC fez verdadeiras e absurdas doações do patrimônio público em nome de uma filosofia político-econômica, que o mundo principiava a olhar com cara de poucos amigos e renegá-la: o neoliberalismo.

Na era FHC o governo vendia e comprava.

Vendeu empresas públicas por papeis sem nenhum valor, porém valorizados e aceitos como moedas por decisão jurídica, talvez de um juiz corrupto.

Essa ventania de corrupção se espalhou pelo país inteiro, todas referendadas por pareceres absurdos, na visão dos grandes juristas brasileiros.

No governo Fernando Henrique Cardoso o país virou um antro de corrupção.

Fernando Henrique comprou e pagou à vista sua reeleição.

O neoliberalismo precisava se desenvolver no país, e a justiça do trabalho era um dos empecilhos com muitas ações favoráveis aos trabalhadores.

Através da construção do edifício do Tribunal do Trabalho de São Paulo, Fernando Henrique Cardoso negociou decisões desfavoráveis aos trabalhadores junto ao seu presidente, o juiz Lalau, contra as liberações das verbas.

E milhões de reais foram despejados na conta da construção, que o juiz Lalau se apoderava.

O curioso em tudo isso era que a nação, como ente jurídico, a nada reagia.

Os poucos procuradores que se embrenharam na fechada mata de ações corruptas do governo FHC, foram vilipendiados, torpedeados em suas reputações por uma mídia, que só agora o país sabe como produzia manchete, a que preço e quem pagava.

Se em alguns países onde a justiça se faz respeitar, atos como os que aconteceram no Brasil de Fernando Henrique Cardoso eram passados a limpo, no nosso país pintou sujeira a partir da Advogadoria Geral da União – AGU.

Lá, Fernando Henrique Cardoso encastelou um amigo para dar pareceres favoráveis em tudo que parecia certo, ou errado, e que mais tarde a própria mídia o alcunharia de “engavetador geral da união”.

Nomeou, ainda, um Procurador Geral da República que fosse afeito às falcatruas que seu governo produzia.

E produziu muito.

Todas engavetadas pela Advogadoria Geral da União – AGU, pela Procuradoria Geral da República e silenciada pela mídia.

Recentemente em entrevista a um repórter da BBC, quando o assunto versou sobre corrupção, Fernando Henrique Cardoso respondeu que em seu governo não houve essa coisa porque ninguém foi processado por isso.

O repórter contrapôs com dados irrefutáveis: como? se quase 700 processos em seu governo foram engavetados pelo senhor Geraldo Brindeiro, que a imprensa de seu país o chama de “o engavetador geral da república!?” Veja Vídeo.http://entrevista%20que%20arrassou%20o%20fhc%20-1a%20parte/

Se o Brasil faliu três vezes sob Fernando Henrique Cardoso, se a corrupção quase atinge a lua e ninguém era investigado, foi porque naquele período não havia quem fizesse isso, tendo em vista que a Polícia Federal contava apenas com 4.800 homens... Hoje são 13.000!

Se a União como ente jurídico não reagiu, a tudo se dê graças ao chefe da Advogadoria Geral da União, Gilmar Mendes, colocado no cargo para fazer exatamente o que ele não fez.

Mas, dizem que o medo é o maior sentimento que predomina na alma humana.
FHC e sua turma teve medo.

Temendo processos na esfera do Supremo, Fernando Henrique Cardoso cuidou de dar um jeito e colocar o amigo como vigilante desses futuros imbróglios.

Com um congresso recheado de correligionários em corrupção, telhados de vidros, não foi difícil colocar Gilmar Mendes no Supremo.

"Em 8 de maio de 2002, quando GIlmar Mendes estava para ser nomeado por FHC para o STF, o jurista e professor Dalmo de Abreu Dallari foi profético, em artigo escrito na Folha de São Paulo".

Apesar de alertado por Dalmo Dallari, um dos juristas mais sérios e cultos desse país, o congresso sucumbiu ao seu chefe maior, FHC, e aprovou Gilmar Mendes.

O alerta do jurista Dalmo Dallari é uma peça perfeita de antevisão da desgraça jurídica de um país, prevista seis anos antes. Leiahttp://www.leieordem.com.br/dalmo-dallari-o-supremo-tribunal-federal-ja-nao-e-mais-o-mesmo.html.
Brasil tem muitas heranças do governo FHC que o atual governo não se dispôs a passar a vassoura.
Contudo, quando uma sujeira contamina uma corte como o Supremo Tribunal, significa que as instituições começam a ficar à deriva.
O passado jurídico do Ministro Gilmar Mendes é muito parecido com o do governo em que ele foi seu advogado geral.
É uma herança do governo Fernando Henrique Cardoso encastelada na nossa Corte Suprema, cujas decisões o país assiste.
Uma herança maldita.

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