sábado, 28 de novembro de 2009

APAGÕES-ALERTAS


Tudo muito bonitinho nas justificativas, mas pesado demais para o consumidor.

É ele quem paga, ao final, todo o desmando que ocorre desde as Agencias Reguladoras até as distribuidoras.

Se estatal, a distribuição teria no máximo mais um elo, que poderia ser terceirizado.

Agora, imagine-se uma planilha de uma empresa privada na hora de compor os preços dessa energia para a população.

Sabe-se, que a maioria delas também terceiriza quase todos os seus serviços. Essa terceirizada, dependendo do tipo de serviço que irá prestar dentro da cadeia de distribuição, também pode terceirizar mais uma vez, fracionando a linha de prestação de serviço.

Algumas empresas privadas atuam dentro do setor energético do Brasil como simples escritório.

Ora, se uma privatização já onera o sistema, conforme se viu em alguns resultados da CPI criada para investigar o setor, imagine-se uma bi, tri terceirização de um setor fundamental para a economia do pais.

Nessa linha de raciocínio, e se apegando ao que os especialistas discorreram sobre o assunto, alguns achando que o preço ainda está pequeno, fica a pergunta: quanto uma empresa privada mãe (aquela que ganhou a licitação) terá de colocar como BDI (Benefício Direto e Indireto) para gerar seus lucros, quando se sabe que mais terceirizada entrarão na conta dessa planilha?

Estamos vendo e pagando por um absurdo!

O setor energético é primordial dentro de uma nação que quer se desenvolver.

A economia precisa de uma energia com preços compatíveis ao desenvolvimento que essa nação requer.

A geração de emprego e renda industrial começa exatamente nesse ponto, após o setor primário ter cumprido seu papel.

Na cadeia das necessidades energéticas, o setor primário é o que mais tem sofrido com os absurdos dos preços cobrados pela empresas privadas do setor.

E é no nordeste onde esses absurdos mais se verificam.

Lá, um cidadão que tenha uma propriedade às margens de um rio perenizado, não tem condições de irrigar um pé de capim para seus animais, imagine-se praticar uma agricultura que gere emprego e renda.

Tal o custo da energia, que começa com a própria rede de distribuição.

Há comunidades no nordeste, que se todas as famílias resolverem ligar um liquidificador ao mesmo tempo, não tem energia suficiente para tudo isso.

As empresas privatizadas não trocam um transformador para atender essas demandas, nem pelo amor de Deus!

Mas, se o consumidor resolver pagar por essa troca, imediatamente terá que repassá-lo para a empresa privada, sob pena dela não prestar nenhuma assistência a esse equipamento, no caso de um defeito.

Nenhuma constrói um milímetro de rede, ramal, etc.

Tudo é custeado com dinheiro público, que imediatamente é repassado para o patrimônio dessas empresas.

Se o neoliberalismo não deu certo em lugar nenhum do mundo, porque o Brasil ainda insiste nessa coisa?

O que o presidente Lula está esperando para fazer retornar ao patrimônio da nação esses serviços, e pelo menos tornar mais barato a vida dos brasileiros?

Por que os brasileiros têm que conviver com os apagões-ameaças?

É, porque foi só se descobrir o rombo de 152 bilhões de reais repassados a mais pela ANEEL para as empresas do setor, e o ministério público se manifestar a favor da devolução dessa quantia, para explodir apagões por todos os lugares, simultaneamente.

E os apagões-alertas vão continuar até que as autoridades tirem da cabeça essa idéia maluca de estornar ao povo brasileiro o que lhe foi roubado.

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