sábado, 19 de dezembro de 2009

O QUE O GOVERNADOR JOSÉ SERRA (PSDB) E A SENADORA KATIA ABREU (DEM) FORAM FAZER EM COPENHAGUE?

PORQUE AÉCIO NEVES DESISTIU DE CONCORRER À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA?


MEDO DE DIVIDIR O PARTIDO (PSDB) OU MEDO DO QUE O SERRA JÁ ESTAVA PREPARANDO PARA ELE?


LEIA O ARTIGO DE LAERTE BRAGA - SERRA E ARRUDA EM COPENHAGUE, E FICARÁ POR DENTRO DA SUJEIRA QUE RONDA ESTES DOIS PARTIDOS.


O ARTIGO FOI POSTADO NO BLOG VIOMUNDO DE LUIS CARLOS AZENHA.

Laerte Braga: Serra e Arruda em Copenhague

Atualizado em 19 de dezembro de 2009 às 12:19
Publicado em 19 de dezembro de 2009 às 12:15

LONGE DOS HOLOFOTES (E DAS ALGEMAS) – SERRA E ARRUDA EM COPENHAGUE
por LAERTE BRAGA

É visível o esforço que o governador de Minas Aécio Pirlimpimpim Neves está fazendo para dissimular o ódio (ódio sim) ao governador de São Paulo José Jânio Serra. As notícias de explosões de raiva em ambientes palacianos ultrapassaram esses ambientes. Aécio foi posto, literalmente, na parede por Serra. Ou desistia de disputar a indicação presidencial com Serra, ou notas “jornalísticas” dos muitos Juca Kfoury que existem por aí iriam mostrar a dependência do governador mineiro em relação à cocaína. (Não será essa uma das "clandestinidades" de que fala Ciro Gomes?  Comentário e Grifo do Fora futebol).

Minas inteira sabe disso e o Mineirão cantou isso em coro num jogo Brasil e Argentina em meados do ano que passado. O que menos importa neste momento é se Aécio como disse o Mineirão “cheira mais que Maradona”. O que mais importa, neste momento, é o caráter chantagista de um dos políticos mais perversos e perigosos de toda a história recente do País, José Jânio Serra(Grifo do Fora futebol).

Corrupto, autoritário, paga o preço que for preciso, qualquer preço, para ser o próximo presidente da República. Não tem um pingo de escrúpulos, ou respeito por qualquer coisa que seja, por quem quer seja, que não ele próprio(Grifo do Fora futebol).

Do jeito dos grandes chefes mafiosos José Serra embarcou para Copenhague com a senadora do DEM Kátia Abreu e um único objetivo real. O de enquadrar o governador de Brasília José Roberto Arruda, uma espécie de pulga que havia se atrevido a chantageá-lo, como fez ele Serra com Aécio. Arruda mandou avisar a Serra que se continuasse a sistemática campanha para o seu impedimento, principalmente no JORNAL NACIONAL, cairia, mas levaria todo mundo com ele.(Grifo do Fora futebol).

Copenhague foi o centro das atenções do mundo nessa semana que termina. Serra não tinha, nem tem o que dizer a Copenhague, ao mundo ou ao Brasil e aos brasileiros. É um FHC que não dissimula raiva e atira pelas costas sem a menor preocupação de remorso, nem sabe o que é isso.

Foi lá para exibir-se e liquidar a fatura Arruda. Kátia Abreu, senadora que responde a processos por corrupção, é do DEM, partido de Arruda, foi como pistoleira para o acerto de contas, devida e antecipadamente paga.

Sem saída, pelo menos até que se descubra o que de fato aconteceu em Copenhague e deve ter acontecido um acerto, Arruda é ladrão de galinhas perto de Serra, o governador de São Paulo adicionou um “extra” ao JORNAL NACIONAL (já está comprado desde que começou, há quarenta anos) e acertou pequenos extras com outras empresas, pequenas empresas, para deixar o assunto Arruda morrer. Não interessa a ele nem que se fale tanto no caso e nem que o governador caia atirando.

O acerto com Arruda em Copenhague é para que ele caia e não atire. Leve uma compensação qualquer, para ficar quieto. Dinheiro não falta. Essa gente representa o que há de pior no País (a elites paulista FIESP/DASLU), o latifúndio, os banqueiros, os interesses dos Estados Unidos na Amazônia, no pré-sal e em instalar bases militares no nosso País. Não se trata de mala propriamente dita, mas de imensos baús repletos de dólares para comprar o que for preciso e eliminar obstáculos à chegada do mafioso tucano à presidência da República.

Se Arruda resolver ou resolveu dar uma de herói, azar dele. Vai ser jogado às feras, devorado em seu próprio partido e sair de mãos abanando, quer dizer, só com o que já levou.

O próximo passo de Serra é tentar mostrar a Aécio, através de terceiros, que é um bom negócio ser senador e pode até, quem sabe, virar vice do algoz e esperar um pouco mais. Vice e nada nesse caso é a mesma coisa. Se Aécio vai engolir isso ou não é outra história. Aécio é do tipo também que não tem nem princípios e muito menos condições de decidir assuntos dessa relevância já que vive em Alfa. Quem escolhe a gravata dele é a irmã, não há necessidade de perguntar no twitter como faz o venal William Bonner se alguém quer bom dia.

O risco de Serra é Aécio fazer corpo mole em Minas, deixar a coisa rolar livre e Minas é o segundo colégio eleitoral do Brasil, decisivo para as pretensões criminosas de José Jânio Serra. Mas como há muitos interesses cruzados, muito dinheiro em jogo e tucano vive disso, trapaça, corrupção, chantagem, Aécio é só um cadáver político insepulto.(Grifo do Fora futebol)

Virou um Eduardo Azeredo da vida.

De quebra ainda carrega um mala sem alça, Itamar Franco. Pode vir a ser a saída do governador para enfrentar o ministro Hélio Costa, uma espécie de vingança contra Serra e contra a GLOBO, já que o Costa (que ganhou a convenção do PMDB em Minas) é ministro da GLOBO.

É o que chamam de jogo político, de manobras. É só um monte de fatos repugnantes que mostram o estado pútrido do chamado institucional. Gilmar Mendes presidindo o que chamam de Corte Suprema (há ministros dignos). Temer (doublé de tucano/PMDB com laivos petistas e o resultado disso é quero o meu) que já foi encurralado por Serra em pequenas denúncias que podem virar grandes manchetes escandalosas de jornais e redes de tevê compradas pelo tucano (GLOBO, BANDEIRANTES, VEJA, FOLHA DE SÃO PAULO, etc).

Por pior que possa parecer e por mais ofensivo que isso possa soar, ou baixo, Serra, como FHC, ou qualquer tucano, repito qualquer tucano, privatiza mãe ou terceiriza, se por trás do negócio estiver uma gratificação de pelo menos 20%. (Grifo do Fora futebol)

Não é um partido, o PSDB, é uma quadrilha que traz a reboque o que há de mais atrasado na política brasileira, o DEM, antigo PFL, antigo PDS, antiga ARENA dos tempos da ditadura militar. (Grifo do Fora futebol) 

O golpe em Aécio, o acerto de contas com Arruda em Copenhague, as manchetes obtidas em noticiários de tevê, JORNAL NACIONAL principalmente, foi como se tivéssemos com métodos diversos, mas efeitos semelhantes (você pode achar que está morto e está vivo, e pode estar vivo, mas estar morto, caso de Aécio), foi como se tivéssemos o episódio da Noite de São Valentin, onde numa garagem, Al Capone eliminou seus concorrentes de uma só feita.

Resta saber se os brasileiros vão cair no conto do governador “eficiente” de São Paulo alagada, de obras superfaturadas, de uma elite fantasmagórica e fétida que pretende numa simples assinatura de “escritura” mudar a grafia da palavra BRASIL para BRAZIL.

Foi o que FHC começou a fazer é o que Serra quer terminar…

E foi fazer o acerto final longe dos holofotes (e das algemas), numa conferência onde se buscava uma solução, ou um caminho para salvar o planeta da devastação do “progresso” capitalista.

É o jeito deles, passam um filme bonitinho, mas são ordinários. Cínicos à perfeição.

domingo, 13 de dezembro de 2009

JUDICIÁRIO É ALIADO DA CORRUPÇÃO

PROCURADORA ABRE O VERBO.

NEM O STF ESCAPA.

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Por Luciano Prado


“Impunidade encontra aliado no judiciário”, afirma procuradora em evento de combate à corrupção


10/12/2009


Para Janice Ascari gama de recursos, foro privilegiado e morosidade impedem a penalização efetiva de crimes envolvendo verba pública


A procuradora regional da República Janice Agostinho Barreto Ascari criticou a estrutura do judiciário brasileiro, que possibilita “uma infinidade de recursos” e impede a condenação definitiva de réus em processos que envolvam casos de corrupção. “Criminoso que desvia verba pública é mais perigoso que criminoso comum”, disse a procuradora em evento promovido pela Controladoria Geral da União (CGU) na USP-Leste pelo Dia Internacional de Combate à Corrupção, ocorrido na tarde de ontem na capital paulista. “Ele está retirando da sociedade uma massa de dinheiro de toda uma comunidade”, complementou, explicando que dificilmente esse dinheiro é recuperado ou os corruptos e corruptores penalizados. Destacou a atuação dos Ministérios Públicos Federal e Estadual na área criminal, na tutela coletiva e em matéria eleitoral.


A procuradora também comentou sua atuação como membro do Ministério Público Federal em escândalos de corrupção que vieram à tona nos últimos anos, como o desvio de verbas do Tribunal Regional do Trabalho, envolvendo o juiz federal Nicolau dos Santos Neto e a Operação Anaconda.


Janice Ascari ressaltou que “o combate à corrupção é uma preocupação muito forte do Ministério Público”, mas que infelizmente, “tudo parece caminhar para dificultar os controles e a fiscalização”. Ela teceu críticas à anuência do judiciário brasileiro com determinadas práticas criminosas, em especial a do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que “temos a Suprema Corte mais leniente e complacente do mundo com a bandidagem”.


A grande quantidade de recursos cabíveis ao acusado também foi alvo de críticas da procuradora, que enfatizou que “o cidadão tem direito à ampla defesa, mas essa não pode significar abuso do direito de defesa como vemos com frequência”. Ela concluiu que “a defesa é ampla, mas não infinita”.


Janice também declarou que costuma ser muito mais exigente no caso de membros da administração pública envolvidas em escândalos de corrupção. “Como membro do MPF, cidadã e mãe, não admito que alguém seja pago com dinheiro público para ser desonesto”, declarou. Janice Ascari também acredita que o aumento de casos que surgem nos noticiários se deve a uma maior transparência e elogiou a Internet. “A Internet dá uma divulgação imediata das coisas, e muitos jornalistas têm saído das mídias tradicionais e feito blogs”. Dessa forma, ela acredita que aspectos da administração pública se tornam mais transparentes e são mais divulgados. Mencionou que alguns membros e muitas unidades do MPF estão no Twitter, incluindo a PRR/3ª Região, que também disponibiliza na internet o acompanhamento processual e a íntegra das manifestações processuais dos procuradores.


A procuradora finalizou sua participação ao afirmar que o Ministério Público tem feito sua parte com a abertura de processos, a abertura de investigação e oferecendo denúncias. “O complicador é o grande número de recursos, além da interpretação leniente que os tribunais dão às leis penais”, concluiu.


Assessoria de Comunicação Social


Procuradoria Regional da República da 3ª Região


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Autor: luisnassif - Categoria(s): Sem categoria


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domingo, 6 de dezembro de 2009


BARRIGA CHEIA - DIETA DE PANETONE
COMEU   DEMAIS

sábado, 28 de novembro de 2009

APAGÕES-ALERTAS


Tudo muito bonitinho nas justificativas, mas pesado demais para o consumidor.

É ele quem paga, ao final, todo o desmando que ocorre desde as Agencias Reguladoras até as distribuidoras.

Se estatal, a distribuição teria no máximo mais um elo, que poderia ser terceirizado.

Agora, imagine-se uma planilha de uma empresa privada na hora de compor os preços dessa energia para a população.

Sabe-se, que a maioria delas também terceiriza quase todos os seus serviços. Essa terceirizada, dependendo do tipo de serviço que irá prestar dentro da cadeia de distribuição, também pode terceirizar mais uma vez, fracionando a linha de prestação de serviço.

Algumas empresas privadas atuam dentro do setor energético do Brasil como simples escritório.

Ora, se uma privatização já onera o sistema, conforme se viu em alguns resultados da CPI criada para investigar o setor, imagine-se uma bi, tri terceirização de um setor fundamental para a economia do pais.

Nessa linha de raciocínio, e se apegando ao que os especialistas discorreram sobre o assunto, alguns achando que o preço ainda está pequeno, fica a pergunta: quanto uma empresa privada mãe (aquela que ganhou a licitação) terá de colocar como BDI (Benefício Direto e Indireto) para gerar seus lucros, quando se sabe que mais terceirizada entrarão na conta dessa planilha?

Estamos vendo e pagando por um absurdo!

O setor energético é primordial dentro de uma nação que quer se desenvolver.

A economia precisa de uma energia com preços compatíveis ao desenvolvimento que essa nação requer.

A geração de emprego e renda industrial começa exatamente nesse ponto, após o setor primário ter cumprido seu papel.

Na cadeia das necessidades energéticas, o setor primário é o que mais tem sofrido com os absurdos dos preços cobrados pela empresas privadas do setor.

E é no nordeste onde esses absurdos mais se verificam.

Lá, um cidadão que tenha uma propriedade às margens de um rio perenizado, não tem condições de irrigar um pé de capim para seus animais, imagine-se praticar uma agricultura que gere emprego e renda.

Tal o custo da energia, que começa com a própria rede de distribuição.

Há comunidades no nordeste, que se todas as famílias resolverem ligar um liquidificador ao mesmo tempo, não tem energia suficiente para tudo isso.

As empresas privatizadas não trocam um transformador para atender essas demandas, nem pelo amor de Deus!

Mas, se o consumidor resolver pagar por essa troca, imediatamente terá que repassá-lo para a empresa privada, sob pena dela não prestar nenhuma assistência a esse equipamento, no caso de um defeito.

Nenhuma constrói um milímetro de rede, ramal, etc.

Tudo é custeado com dinheiro público, que imediatamente é repassado para o patrimônio dessas empresas.

Se o neoliberalismo não deu certo em lugar nenhum do mundo, porque o Brasil ainda insiste nessa coisa?

O que o presidente Lula está esperando para fazer retornar ao patrimônio da nação esses serviços, e pelo menos tornar mais barato a vida dos brasileiros?

Por que os brasileiros têm que conviver com os apagões-ameaças?

É, porque foi só se descobrir o rombo de 152 bilhões de reais repassados a mais pela ANEEL para as empresas do setor, e o ministério público se manifestar a favor da devolução dessa quantia, para explodir apagões por todos os lugares, simultaneamente.

E os apagões-alertas vão continuar até que as autoridades tirem da cabeça essa idéia maluca de estornar ao povo brasileiro o que lhe foi roubado.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A classe média instruída brasileira não lê direito a Veja, não acredita tanto. Mas a medianamente instruída se pauta muito por uma possível honestidade jornalística daquele veículo. Essa gente precisa ser avisada de que não há, nem de longe, sombra de honestidade naquilo. Porque eu sei! Eu vivi isso que eu estou contando e sei o grau de desonestidade que passa por ali e que domina ali.



Caetano Veloso

segunda-feira, 23 de novembro de 2009


ADEUS, FERNANDO HENRIQUE!
Leandro Fortes:


Fernando Henrique Cardoso foi um presidente da República limítrofe, transformado, quase sem luta, em uma marionete das elites mais violentas e atrasadas do país. Era uma vistosa autoridade entronizada no Palácio do Planalto, cheia de diplomas e títulos honoris causa, mas condenada a ser puxada nos arreios por Antonio Carlos Magalhães e aquela sua entourage sinistra, cruel e sorridente, colocada, bem colocada, nas engrenagens do Estado. Eleito nas asas do Plano Real – idealizado, elaborado e colocado em prática pelo presidente Itamar Franco –, FHC notabilizou-se, no fim das contas, por ter sido co-partícipe do desmonte aleatório e irrecuperável desse mesmo Estado brasileiro, ao qual tratou com desprezo intelectual, para não dizer vilania, a julgá-lo um empecilho aos planos da Nova Ordem, expedida pelos americanos, os patrões de sempre.


Em nome de uma política nebulosa emanada do chamado Consenso de Washington, mas genericamente classificada, simplesmente, de “privatização”, Fernando Henrique promoveu uma ocupação privada no Estado, a tirar do estômago do doente o alimento que ainda lhe restava, em nome de uma eficiência a ser distribuída em enormes lucros, aos quais, por motivos óbvios, o eleitor nunca tem acesso.

Das eleições de 1994 surgiu esse esboço de FHC que ainda vemos no noticiário, um antípoda do mítico “príncipe dos sociólogos” brotado de um ninho de oposição que prometia, para o futuro do Brasil, a voz de um homem formado na adversidade do AI-5 e de outras coturnadas de então. Sobrou-nos, porém, o homem que escolheu o PFL na hora de governar, sigla a quem recorreu, no velho estilo de república de bananas, para controlar a agenda do Congresso Nacional, ora com ACM, no Senado, ora com Luís Eduardo Magalhães, o filho do coronel, na Câmara dos Deputados. Dessa tristeza política resultou um processo de reeleição açodado e oportunista, gerido na bacia das almas dos votos comprados e sustentado numa fraude cambial que resultou na falência do País e no retorno humilhante ao patíbulo do FMI.

Isso tudo já seria um legado e tanto, mas FHC ainda nos fez o favor de, antes de ir embora, designar Gilmar Mendes para o Supremo Tribunal Federal, o que, nas atuais circunstâncias, dispensa qualquer comentário.

Em 1994, rodei uns bons rincões do Brasil atrás do candidato Fernando Henrique, como repórter do Jornal do Brasil. Lembro de ver FHC inaugurando uma bica (isso mesmo, uma bica!) de água em Canudos, na Bahia, ao lado de ACM, por quem tinha os braços levantados para o alto, a saudar a miséria, literalmente, pelas mãos daquele que se sagrou como mestre em perpetuá-la. Numa tarde sufocante, durante uma visita ao sertão pernambucano, ouvi FHC contar a uma platéia de camponeses, que, por causa da ditadura militar, havia sido expulso da USP e, assim, perdido a cátedra. Falou isso para um grupo de agricultores pobres, ignorantes e estupefatos, empurrados pelas lideranças pefelistas locais a um galpão a servir de tribuna ao grande sociólogo do Plano Real. Uns riram, outros se entreolharam, eu gargalhei: “perder a cátedra”, naquele momento, diante daquela gente simples, soou como uma espécie de abuso sexual recorrente nas cadeias brasileiras. Mas FHC não falava para aquela gente, mas para quem se supunha dono dela.

Hoje, FHC virou uma espécie de ressentido profissional, a destilar o fel da inveja que tem do presidente Lula, já sem nenhum pudor, em entrevistas e artigos de jornal, justamente onde ainda encontra gente disposta a lhe dar espaço e ouvidos. Como em 1998, às vésperas da reeleição, quando foi flagrado em um grampo ilegal feito nos telefones do BNDES. Empavonado, comentava, em tom de galhofa, com o ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros, das Comunicações, da subserviência da mídia que o apoiava acriticamente, em meio a turbilhão de escândalos que se ensaiava durante as privatizações de então:

Mendonça de Barros – A imprensa está muito favorável com editoriais.

FHC – Está demais, né? Estão exagerando, até!

A mesma mídia, capitaneada por um colunismo de viúvas, continua favorável a FHC. Exagerando, até. A diferença é que essa mesma mídia – e, em certos casos, os mesmos colunistas – não tem mais relevância alguma.

Resta-nos este enredo de ópera-bufa no qual, no fim do último ato, o príncipe caído reconhece a existência do filho bastardo, 18 anos depois de tê-lo mandado ao desterro, no bucho da mãe, com a ajuda e a cumplicidade de uma emissora de tevê concessionária do Estado – de quem, portanto, passou dois mandatos presidenciais como refém e serviçal.

Agora, às portas do esquecimento, escondido no quarto dos fundos pelos tucanos, como um parente esclerosado de quem a família passou do orgulho à vergonha, FHC decidiu recorrer à maconha.

A meu ver, um pouco tarde demais.

sábado, 7 de novembro de 2009

SOB O SILÊNCIO DA MÍDIA.

A mídia que defende o neoliberalismo silencia.

Cala-se diante do maior descalabro perpetrado a um povo, que mal consegue sobreviver e pagar suas contas, apesar dos avanços ecônomicos que o país conseguiu no atual governo.

Quando uma mídia se omite a fornecer informações corretas ao seu leitor, ela perde a condição de ser reconhecida com um veículo jornalístico sério, e se inclui na condição de partido político.

Um veículo de informação quando torce, distorce suas funções.

Quando define um lado para torcer, fazendo defesa ou crítica, confunde os papéis da empresa jornalística.

No mundo midiático a opinião é função editorial, um apêndice dentro do contexto jornalístico, porque a informação é o objeto principal dessa atividade, que deve evidenciar o contraditório. 

Quando o neoliberalismo assumiu as rédeas da economia brasileira, a mídia já emitia sinais de torcida organizada, apoiando.

Quando os neoliberais iniciaram o estado mínimo, a mídia brasileira estava sentada à direita, apoiando e explicando as vantagens do estado não se imiscuir na economia, cujas funções deveriam ser exercidas por entes privados.

Venderam quase tudo e se criaram agências para regularizar as empresas privadas.

Alguns que exerciam a função de governo, foram também compradores daquelas empresas, muitos através de laranjas.

E, tristemente, os mesmos que estiveram na organização e formação das agências reguladoras.

Raposa tomando conta de galinheiro.

O resultado disso jamais poderia ser bom para o povo, como não foi.

Auditorias realizadas algum tempo atrás, já apontavam irregularidades cometidas por tais agências, sobretudo na concessão de aumentos para os serviços que as empresas, que estavam sob sua regularização, prestavam.    

Descobriu-se que as agências reguladoras concediam aumentos às prestadoras de serviços maiores do que as planilhas de custos, que essas empresas apresentavam, proporcinando lucros maiores do que o permitido pelo mercado.

Agora descobre-se, a bomba explodiu na recente CPI do setor elétrico.

Tomando-se por base o que se descobriu em uma dessas agências, a ANEEL, que regula o setor energético, verifica-se o quanto o brasileiro é impotente e sua mídia covarde.


Os percentuais dados a mais nos aumentos concedidos pela ANEEL às empresas do setor, permitiram que essas empresas lesassem a população em 52 bilhões de reais.

A agência encarregada de zelar pelo bom serviço prestado à população pelas empresas sob sua responsabilidade, permitiu que essa mesma população fosse roubada pelas concessionárias no montante acima.

Se isso aconteceu e ainda acontece na ANEEL, o que se imagina que esteja acontecendo em uma outra agência, a ANATEL, que controla um setor onde trilhões de reais circulam por contas, cartões pré-pagos, telefonia celular, fixa, assinaturas de redes de tvs, etc?

O neoliberalismo acabou, mas ele ainda resiste no Brasil, graças a mídia partidarizada, que tenta confundir o leitor, o ouvinte ou telespectador com seus editoriais mascarados de notícias.

As agências reguladoras vão continuar no seu papel de nada regularizar, abrindo as portas do cidadão pela via dos aumentos desnecessários e exorbitantes dos serviços, permitindo à população brasileira ser roubada.

E pior ainda, sob o silêncio da mídia, agora partidarizada.

Leia mais aqui.


DO BLOG DE BRIZOLA NETO SOBRE O NOVO COMPORTAMENTO DE LULA.

“Lulinha Paz e Amor” já era. Começou a luta pra valer


por Brizola Neto*, em seu blog

A causa da direita é ruim, é muito ruim. Não lhe é possível dizer o que pensa, claramente. Imaginem um discurso eleitoral de seus candidatos dizendo: “queremos que o Brasil continue a ser injusto, queremos uma elite privilegiada e massas excluídas, adoramos ser os feitores de uma colônia com um núcleo moderníssimo e com uma periferia medieval, selvagem, desumana (desde que não entrem nas nossas áreas, claro), onde se mata e se morre como numa selva?

Impossível, não é? Por isso, o discurso da direita, quase sempre, tem dois temas: competência e terror.

De um lado, são os sábios, os eruditos, os capazes, os preparados. Sabem tudo, embora um rápido olhar já dê para perceber que sua sabedoria nada mais é que aplicar as fórmulas que vêm de fora. Propagam que há uma mão, a mão do mercado, que é capaz de, espontaneamente, trazer a fartura, o progresso, o desenvolvimento, desde que, pacientemente, esperemos o seu milagre.

Essa “fé sem obras”, que exatamente por isso já vinha se erodindo, sofreu o seu mais duro golpe , ano passado. O mundo do mercado ruiu,de forma estrepitosa, e teve de ser “salvo” pelo velho e maldito Estado. Os homens que diziam tudo o que o mundo devia fazer, que nos repetiam ordens para “fazer o dever de casa” direitinho viram-se, de repente soltos no ar, tendo de se pendurar desesperadamente nos tesouros públicos para não virem ao chão.

Os governos saíram em seu socorro. Nem mesmo se pode condenar que o tenham feito, menos por piedade dos “deuses caídos” do mercado, mas porque osefeitos disso foram extremamente cruéis para com os povos. Esta crise ceifou, no mundo inteiro, dezenas de milhões de empregos e isso que dizer dor, fome, abandono. Para os povos e para os países pobres que tinham “feito o dever de casa” que lhe prescreviam e internacionalizado completamente suas economias. As empresas “sem pátria”, “universais”, na hora da crise, drenaram o que puderam das economias pobres para socorrer as “matrizes” que diziam não mais existir.

Graças a isso, à drenagem do dinheiro público e à drenagem da economia mundial, conseguiram sobreviver. Mal e mal, como se vê pela situação da economia americana e inglesa. Lograram, entretanto, algo mais importante: mantiveram o seu templo econômico, o seu modelo, a santidade do mercado como regra e dogma da economia.

Certo que emudeceram por uns meses, mas não perderam a voz. Podem ser e são, a cada dia mais, pregoeiros dos falsos milagres a que antes me referi. Nada diziam, no final do ano passado, quando o país se esvaía com a saída dos dólares dos investidores estrangeiros – livres, como eles diziam ser um “mandamento” do mercado. Tiraram do Brasil, entre setembro e dezembro de 2008, US$ 14 bilhões, afundaram quase 30% nossa moeda, arruinaram em quase um milhão o número de empregos dos brasileiros.

Tudo sem a menor cerimônia. Não fugiram daqui porque o Brasil tivesse tomado medidas protecionistas, criado impostos, estatizado setores da economia. Nada disso. Fugiram daqui seguindo a única lógica que conhecem, que é intrínseca à sua própria natureza: a conveniência dos lucros e dos negócios. A mesma lógica que os faz correr para cá, agora. Perde tempo quem quiser “catequizar” o capital. Ele pode ser disciplinado, mas não “convertido”.

Creio que esse momento foi um ponto de inflexão no Governo Lula. Ao contrário do que diz Fernando Henrique Cardoso, Lula não é um ignorante. Pode ter muitos defeitos, não esse. Ele percebeu que as forças às quais ele próprio, para escapar da força irresistível do “pensamento único”, cedera e concedera muito, se arruinavam.

Essa força é mais significativa ainda porque ela impregnou fortemente o PT, desde a sua fundação. O partido sempre foi adepto de uma visão que era uma espécie de olhar invertido – sentido inverso, mas mesma direção – da “liberdade empresarial”. Se, no mundo das empresas, que vençam os mais fortes, mais organizados e os que estiverem para onde o mercado flui, o PT cansou de reproduzir os mesmos conceitos em relação aos trabalhadores e à questão social: o Estado deveria interferir o mínimo, eram as organizações de trabalhadores que iriam conquistar salário e vida melhores.

Sem querem me estender muito, porque não é meu tema nem minha índole ficar remoendo o passado, por quantos anos trataram com desdém valores como nacionalismo, como a legislação trabalhista, como a personificação da vontade nacional numa figura política? Ia tudo para o “saco” do mesmo populismo que as elites afetadas – de O Globo a Fernando Henrique – diziam que era arcaico e de inspiração fascista.

Nada como os fatos, porém, para mudar a visão preconceituosa e primária e começar a entender a história muito além das teorias acadêmicas das elites. Imaginem como, há dez anos atrás, os intelectual petistas se revoltariam ao ler o que escreveu Emir Sader, em seu blog, para defender Lula dos ataques de Fernando Henrique Cardoso?

“Perón, Getúlio e Lula têm em comum a personificação de projetos nacionais, articulados em torno do Estado, com ideologia nacional, desenvolvendo o mercado interno de consumo popular, as empresas estatais, realizando políticas sociais de reconhecimento de direitos básicos da massa da população, fortalecendo o peso dos países que governaram ou governam no cenário internacional.”

Lula, que ninguém deixe de considerar isso, é um sobrevivente. Percebeu que ali estava sua chance de diferenciar-se e diferenciar o Brasil. Todos os ridicularizaram quando ele falou em “marolinha”, tratando-o como se fosse um tolo, um idiota. Qual nada: como disse, de tolo Lula não tem nada.

Lula sentiu que era hora de fazer o contrário do receituário que o neoliberalismo sempre mandou seguir contra as crises: arrochar gastos públicos, arrochar salários, reprimir o consumo. Fez o contrário.

Isso não é esquerdismo ou anticapitalismo. É apenas antineoliberalismo, e não é novo. Foi o remédio “herético” que Roosevelt e Keynes usaram para tirar os EUA da Grande Depressão, nos anos 30. Volto a citar Emir Sader:

“Perón e Getúlio dirigiram a construção dos Estados nacionais dos nossos dois países, como reações à crise dos modelos primário-exportadores. Fizeram-no, diante da ausência de forças políticas que os assumissem – seja da direita tradicional, seja da esquerda tradicional. Eles compreenderam o caráter do período que viviam, se valeram do refluxo das economias centrais, pelos efeitos da crise de 1929, posteriormente pela concentração de suas economias na II Guerra Mundial, tempo estendido pela guerra da Coréia.”

Não se está comparando pessoas – antes que me venham com subjetividades sobre a natureza de cada um deles e de Lula -, mas situações. Elas são muito mais importantes que os homens, embora eles sejam decisivos nos momentos agudos. Mas é curioso notar que todos seguiriam a política da moderação, da composição com a direita, dos pactos de governabilidade se não fosse – e como foi e é! – mesquinha, furiosa, intransigente e egoísta a nossa elite. E mais: como ela é incapaz de aceitar que o povo faça parte – mesmo que não seja o protagonista – da vida deste país.Aliás, o próprio país e seu povo não passam de uma mercadoria a ser vendida.

Desculpem se me estendo antes de explicar o título desta postagem. O que motivou esta reflexão foi o tom que o discurso de Lula – e ontem, no Congresso do PC do B – também o de Dilma Roussef vai assumindo a cada dia.

Os tempos do “Lulinha Paz e Amor” se foram. Os marqueteiros, agora, passarão a se ocupar de tentar “conter os danos” do enfrentamento que virá. E virá de forma dura, aguda, passional.

Faz algum tempo que venho afirmando isso, aqui no blog. As próximas eleições não serão, como pretende a direita, uma comparação de currículos, nem de simpatia pessoal, nem de “competência”. Nem mesmo será um concurso para ver quem apresenta um projeto melhor ou mais simpático para o Brasil.

O que está em jogo não é se o país precisa de uma mudança neste ou naquele sentido. A disputa eleitoral é sobre se a mudança que está em curso – não importa se nos desagrade a velocidade ou a profundidade que ela tem – vai continuar ou vamos retroceder.

Esta questão é mais importante que as pessoas, como indivíduos. Mais relevante que nossas queixas, mágoas, críticas, senões. É o nosso povo e o nosso país que estão em jogo. Vamos assistir, e logo, uma crescente polarização. Isso não quer dizer que percamos nossa identidade, nossa independência de análise e de ação, muito menos nossa admiração e simpatia por pessoas, dentro ou fora do PDT, que acham ser possível, de forma isolada do processo social, imprimir uma inflexão à esquerda nesta mudança.

O essencial, porém, é perceber por onde caminha o povo brasileiro,aquilo que Leonel Brizola chamava de “o processo social”. Perceber quer dizer agir sem pretensão de sermos os “doutos”, que sabemos melhor que o povo para onde e como caminhar. Esta é a pretensão da direita e, por extensão, leva a este campo quem se crê capaz de dar lições ao nosso povo.

Há um processo em curso e não serão muitos os dias que ele levará até expressar-se de maneira crua. E que vai exigir de nós uma definição muito clara, sem vacilações. Mas também ela, a definição, só será correta, sábia e justa se inspirar-se em tal processo social.

Aí está o exercício de sabedoria política que, este sim, precisamos ter. Se estivermos ao lado do povo – não da eventual simpatia de marketing, mas dos seus sentimentos profundos, na hora das decisões históricas – estaremos do lado certo. Do contrário, ficaremos à margem. Pouco importaria, se fosse apenas isso. Mas isso implicaria na deserção de uma luta que juramos travar pelo povo brasileiro.

* Brizola Neto é deputado federal (PDT-RJ)

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