GOLPE USANDO A ESTATISTICA
O jornalismo brasileiro embarca numa canoa furada.
O que devia ser informativo passa a ser opinativo
Saiu da função da notícia para a o editorialismo.
Definiu um lado e faz política contra o outro.
O que é pior, adotou o golpismo como meta para defender seu lado.
O jornalismo brasileiro quer ser poder sem voto.
Com isso empenha-se para derrubar a quem foi eleito.
Folha, Veja, Globo, todos lutam para chegar ao poder junto com os que defendem.
Sinal disso está no grande destaque dado a uma pequena queda na popularidade do presidente da república.
Dá o destaque da queda, mas nao explica como, estatisticamente, essa queda aconteceu.
Para a grande mídia nacional, soltar fogos é uma brincadeira salutar, desde que doa somente nos ouvidos dos outros.
O jornalismo brasileiro brinca com o povo, esconde informações, que logo aparecem nos blogs da internet.
Com relação a queda da popularidade do presidente da república, a mídia e seus parceiros brincam com a inteligência e o senso comum da população.
O DataFolha para chegar a esses dados, reduziu o peso do nordeste na pesquisa.
Eles querem eleger o Serra sem consultar a população brasileira.
Leia mais detalhes aqui, no texto extraído do blog de Paulo Henrique Amorim.
sábado, 21 de março de 2009
terça-feira, 17 de março de 2009
ENTENDA A QUADRILHA
Já se falou que o governo dos neoliberais foi a maior quadrilha que dominou o país em toda sua história.
O envolvimento do Supremo Tribunal Federal nessa panela de fezes tem deixado o mundo jurídico brasileiro cabisbaixo.
Gilmar Mendes, o presidente do Supremo, veio do seio dessa quadrilha.
Assistiu, presenciou, deliberou, emitiu pareceres e ajudou nosso país a mergulhar na latrina da corrupção.
Hoje, velada ou descaradamente, defende, advoga, cria súmulas e arbitra em favor das ratazanas que vilipendiaram os cofres publicos.
Entenda como e porque isso aconteceu e chegou aos dias de hoje, e se transformou numa batalha surda entre uma mídia que nada divulga e alguns jornalistas corajosos, cientes do dever de bem informar.
Entenda mais, nesse brilhante texto expositivo de Luis Nassif, porque existe uma guerra dos remanescentes da quadrilha contra os poucos brasileiros que teimam em crer na honradez e na justiça.
O TEXTO DE LUIS NASSIF.
Desenvolvendo melhor o post anterior.
Quando FHC saiu do governo, escrevi um artigo “Uma obra de arte política”, descrevendo a habilidade da estratégia de governabilidade de FHC - e o desperdício de não ter sido utilizada para um plano de desenvolvimento amplo.
A estratégia consistia em cooptar chefes regionais com migalhas do poder, mantendo incólumes os pilares centrais do governo.
Essa era apenas a perna conhecida do modelo criado por FHC.
O ponto central era o controle estrito sobre o Ministério da Fazenda e toda a estrutura debaixo dele - Banco Central, CVM (Comissão de Valores Mobiliários), Secretaria da Receita Federal (SRF).
Não se tratava apenas de manter o controle técnico sobre a economia. Era nesses ambientes que se fortalecia a perna oculta do sistema de poder montado: a criação de um modelo sistêmico de aliança com o crime organizado (de colarinho branco), que se expandia na indústria de offshores, de bancos de investimentos, de gestores de recursos.
A maneira como Gustavo Franco autorizou as operações do Banco Araucária, as operações com leilões da dívida pública (sempre com dúvidas sobre sua transparência), o caso emblemático do Banco Santos - desde 1994, um banco quebrado que, mesmo assim, enviava centenas de milhões de dólares para o exterior, com autorização do Banco Central - e, especialmente, o caso Opportunity, demonstravam uma ampla cumplicidade entre autoridades e transgressores. A estrutura de fiscalização do Estado ficou totalmente amarrada pelas ordens que emanavam do centro do comando financeiro do governo.
O controle do Estado
Em entrevista que concedeu ao Terra Magazine, FHC definiu a Satiagraha como uma luta pelo controle do Estado. Nada mais claro.
Quando o PT assumiu o poder, seguiu ao pé da letra a receita de FHC - tanto nos acordos fisiológicos inevitáveis, quanto na tentativa de cooptação desses grupos barras-pesadas.
Esse trabalho se dá através dos dois estrategistas políticos de Lula, José Dirceu e Antonio Palocci. Palocci atuava especialmente através do Conselhinho (o Conselho que julga os recursos dos agentes financeiros) e da CVM - nas gestões Marcelo Trindade e Cantidiano. Livra-se o Banco Pactual de autuações severas por crimes fiscais, livra-se Dantas por crimes de lavagem de dinheiro e de desobediência às regras cambiais brasileiras, permite-se que o Banco Santos se torne o maior repassador de recursos do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) em uma leniência sistemática.
O Opportunity passa a financiar Delúbio Soares, através da Telemig Celular e Amazonia Celular. Palocci torna-se próximo de André Esteves, do Banco Pactual. E o BC mantinha olhos fechados para os crimes de lavagem de dinheiro.
O Sistema Brasileiro de Inteligência
Esse esquema começa a esboroar não apenas com o chamado escândalo do “mensalão”, mas pela iniciativa histórica do Ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, de montar o Sistema Brasileiro de Inteligência.
Essa iniciativa se dá de forma paralela com o que ocorre em outros países, quando os Estados nacionais se organizam para enfrentar a internacionalização do crime organizado.
Nesse momento, começa a ruir o modelo de governabilidade baseado na aliança com o crime organizado. No combate ao crime organizado, o funcionário do BC não responde mais à sua diretoria mas a uma estrutura superior e interdepartamental. O mesmo ocorreu com outros funcionários da área econômica. O controle acaba.
Sentindo que o processo era inevitável, e escaldado pelo “mensalão”, Lula dá ampla liberdade para o aparato do Estado se organizar.
Pela primeira vez, o Estado começa a cumprir suas funções e os funcionários públicos a se libertar das amarras impostas por esse pacto espúrio. Aumenta a colaboração com as forças internacionais anti-crime, surgem as grandes operações combinadas de combate ao crime organizado. Fiscais da Receita passam a conversar com a Polícia Federal, a Coaf troca informações com o Ministério Público, a ABIN é acionada. E dessa integração começa a nascer a esperança de uma mudança estrutural não apenas no combate ao crime organizado, como na redemocratização do Estado e no aprimoramento do jogo político.
Era inevitável o choque com a estrutura de poder montada. O ovo da serpente já estava incubado, eram muito profundas as ligações entre o crime organizado, estruturas de mídia, instâncias do Judiciário, Congresso Nacional, Executivo. O país havia se criminalizado.
Pior, criminalizou-se com status. Chefes de quadrilha são tratados como brilhantes executivos, aproximaram-se de grupos de mídia, ajudaram na capitalização de alguns deles.
Um dos fatores que leva à inibição do crime é a condenação social do criminoso, a não aceitação de sua presença nos círculos sociais. Por aqui, Daniel Dantas continuou a ser aceito por praticamente todas as lideranças políticas. O ato comprovado de tentar subornar um delegado não mereceu a condenação explícita de ninguém. Pelo contrário, é elogiado pelo mentor máximo da oposição, FHC, e defendido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal.
É essa lógica vergonhosa, para nós brasileiros, que explica toda a ofensiva para desmontar o Sistema Brasileiro de Inteligência.
Mudanças irreversíveis
A questão é que o mundo mudou. O crime organizado de colarinho branco tornou-se ameaça mundial, combatido por todos os países civilizados. A Internet rompeu com a barreira da informação. Pode custar mais ou menos, mas será impossível ao país não se curvar à grande onda anti-crime que se seguirá à queda da economia global.
Algumas vezes critiquei a superficialidade de FHC, sua incapacidade de perceber os ventos, os grandes fatores de transformação que permitissem lançar o país rumo ao desenvolvimento. Bobagem minha! Seu foco era outro.
É por isso quem para ele, Protógenes é amalucado e Dantas é brilhante.
A história ainda cobrará caro de FHC por ter institucionalizado o crime organizado no centro do jogo político brasileiro.
A história ainda cobrará caro de FHC por ter institucionalizado o crime organizado no centro do jogo político brasileiro.
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